A cada semana, 10 pessoas ficam paraplégicas ou tetraplégicas por mergulharem em águas rasas no Brasil. A média é puxada pelos períodos de férias, segundo o Instituto de Ortopedia e Traumatologia das Clínicas da USP. O neurocirurgião e membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, doutor Mariano Ebram Fiore, explica quais são os riscos quando banhistas mergulham de cabeça sem conhecerem a profundidade da praia, lago, ou rio.
Ao se chocar com o solo, além da contusão craniana, o peso do corpo é empurrado para baixo, o que pode ocasionar uma lesão raquimedular, que pode desligar todas as conexões que levam a informação do cérebro aos membros. “A medula é como se fosse um fio que liga o cérebro e o corpo. Quando a gente faz um machucado na medula, tende a ter uma perda de força e de sensibilidade, os dois juntos”, detalha Ebram.
Além desse diagnóstico, o especialista lembra que um impacto forte na cabeça pode ter como consequências disfunções neurológicas, traumatismo craniano e outras lesões da coluna vertebral. Com isso, ressalta o alerta para os riscos. É preciso conhecer ou procurar saber a profundidade da área de mergulho e evitar pular se a água estiver turva. Além disso, por precaução, é recomendado tentar cair com os pés nos primeiros saltos, para reduzir o impacto com o solo.