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Pirâmide financeira que alicia mulheres faz vítimas na RMC

Como se não bastasse o crescente ataque ao movimento feminista nas redes sociais, um suposto crime de pirâmide financeira tem se utilizado do discurso do empoderamento feminino para obter multiplicação de lucros, aliciando mulheres também na Região Metropolitana de Campinas. Os encontros prometem empoderamento feminino e união de mulheres, como a luta contra o patriarcado e a desvalorização da mulher no mercado de trabalho, por exemplo.

Sensibilizadas pelo acolhimento e pela possibilidade de influenciar positivamente a vida de outras mulheres, as participantes aceitam pagar cerca de R$ 5 mil para participarem do grupo. Um valor que é entregue à “mulher água”, que está no centro do círculo do chamado Tear dos Sonhos. A partir daí, a participante vai cumprindo etapas, passando a adquirir status de conselheira, até chegar o momento do prometido retorno econômico de R$ 40 mil, que muitas nunca chegaram a receber.

A advogada ativista do direto da mulher, Camila Carvalho Medeiros, tem clientes que foram convidadas para entrar no grupo e lamenta que o discurso feminista esteja sendo usado num esquema suspeito de estelionato. As administradoras afirmam que não há investimento, e sim uma doação, um presente para outra mulher. Para fazer parte da “mandala”, a futura integrante tem que ser convidada por alguém que já está dentro dela.

Camila alerta que a pirâmide financeira é considerada crime porque matematicamente é impossível que todas lucrem em um processo que tem crescimento exponencial e é aplicado em uma população finita. Uma mulher de Campinas, que pediu para não ser identificada, contou que ao participar de uma apresentação do grupo suspeitou de contradições no discurso e conseguiu escapar da cilada.

O delegado assistente do Deinter 2, Rodrigo Monteiro, informou que a investigação e um possível ressarcimento dependem de um boletim de ocorrência, mas a denúncia não ocorre porque as vítimas são indicadas por amigos ou conhecidos. O esquema já foi denunciado em países como Peru, Colômbia, México, Estados Unidos e Espanha.

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