As chuvas de verão deixam apreensivos moradores do distrito de Sousas por conta da possibilidade de transbordamento do rio Atibaia. A situação é ainda mais preocupante para a comunidade do Beco do Mokarzel, historicamente uma das áreas mais afetadas pelas cheias. De acordo com o pedreiro Márcio Palma, todo ano a situação se repete. Mas, por enquanto, ainda não houve enchente. “Até que esse ano tá melhor. Até agora não deu nada”, afirma.
O também pedreiro João Ribeiro mora no beco e, segundo ele, quando a cheia vem, quase não há o que fazer. “A hora que vê que tá enchendo, ergue as coisas e sai pra rua. A gente não tem ajuda”, lamenta. O enfermeiro Daniel Timóteo conhece muito bem essa realidade, pois a família mora no local há mais de 30 anos. Na última enchente, a água chegou a invadir a sua residência, que fica a cerca de 200 metros da margem do Rio Atibaia. “Foi em 2016 e a água chegou dentro da minha casa. Só não perdemos nada, porque a maioria das coisas a gente ergueu”, conta.
De acordo com informações do Cepagri da Unicamp, para esta semana são esperados volumes significativos de chuva para a região. A estimativa é que a precipitação fique acima de 20 mm, podendo passar a casa dos 30 mm em algumas localidades. Segundo os dados da Sabesb, na manhã desta quarta-feira, dia 8, o Sistema Cantareira registrava volume de 42,8% do seu volume operacional e 101,4 do nível pluviométrico do mês, sendo que a média histórica de janeiro é de 262,6 mm.
Na estação de captação da Sanasa no rio Atibaia, o volume está bem acima do normal. Para se ter uma ideia, a média é de 4 metros cúbicos por segundo, mas já chegou a 38,4. O rio neste ponto está com 1,78 metros, o que o coloca em estado de observação. A situação mais preocupante é do rio Capivari, que registra 3,83 metros, no bairro Reforma Agrária.