A empresa Grow retirou de circulação todos os patinetes e bicicletas em Campinas e várias outras cidades brasileiras, incluindo capitais. A medida adotada pela empresa pegou a população de surpresa. Para o engenheiro e especialista em trânsito e tráfego da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas, Luiz Vicente, os modais alternativos nas grandes cidades brasileiras são encarados apenas como lazer e não como sistemas.
Para ele, falta planejamento e regulamentação por parte do Poder Público. Segundo o especialista, o problema não fica restrito ao Brasil e já foi enfrentado em outros países. “Existe uma regulamentação em alguns locais que especificam a implantação de modalidades de transporte a partir da definição de uma quantidade gradativa de opções e com delimitações sobre pontos a serem usados”, detalha.
Luiz Vicente explica que qualquer modalidade que ocupe menos volume nas vias públicas é sempre positivo para uma cidade. Esse tipo de transporte deve ser estimulado para melhorar a qualidade de vida da população. Porém, as administrações municipais se preocupam mais com a arrecadação de impostos que os serviços irão render. As novidades estão chegando cada vez mais rapidamente e se adaptando. Como exemplo, citou o transporte individual por aplicativo.
“Eu vejo que futuramente e a curto prazo, vamos ter muito mais opções de mobilidade urbana. Porque quando a gente pensa no patinete, ele é só uma das opções. Mas várias outras opções podem surgir, principalmente os menos poluentes”, opina.
Um outro modelo citado que vem ganhando adeptos é o ônibus compartilhado. Na opinião do especialista, esse novo modelo pode mudar radicalmente o conceito de transporte público futuramente. Além disso, cita também a falta de infraestrutura para modais como as ciclovias. Na opinião dele, não adianta o ofertar espaços sem oferecer a segurança e a manutenção necessárias.