O ano era 1988, o Brasil promulgava a sua mais recente constituição federal e embalado pelo projeto de redemocratização, o Pais começava a respirar novos ares . E nesta mesma época Cazuza lançou o terceiro e mais importante projeto de sua carreira solo, o disco Ideologia.
O diagnóstico positivo para o vírus HIV , fez com a arte mais do que tudo funcionasse como colete salva-vidas dentro de um oceano de incertezas, e a sua poesia passou a ficar mais intensa além de ganhar um caráter de urgência dentro de uma processo de composição totalmente compulsivo.
A música-título Ideologia, pode ser classificada como autobiográfica. Uma inspirada parceria com o amigo Roberto Frejat, a letra mostra que o garoto de Ipanema buscava um novo sentido pra vida, uma vez que a transgressão não cumpria mais esse papel.
Por ser filho de empresário do mercado fonográfico, Cazuza cresceu cercado por vários artistas. E essas influencias aumentaram o seu universo musical que ia do rock à Cartola , era a busca de sua própria linguagem artística.
A composição Brasil a principio seria uma balada, mas acabou se transformando num samba-rock sobre uma sociedade brasileira em transformação. A música Brasil ganhou contornos de clássico da MPB na voz de Gal Costa que inclusive foi tema da novela global Vale Tudo.
O amigo Ney Matogrosso, que foi um dos responsáveis pelo inicio do sucesso do Barão Vermelho , assinou a direção do show Ideologia. E o curioso mesmo está em outro grande parceiro e produtor desse projeto Ezequiel Neves que morreu 20 anos depois de Cazuza em 2010 no mesmo 07 de julho.
Com 12 faixas e vários hits que entram na história da música brasileira o disco Ideologia vendeu mais de meio milhão de cópias e recebeu o premio Sharp em 1988 como melhor disco de pop rock.
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Produção
Walmir Bortoletto
Edição
Paulo Girardi