Classificado pelo Governo de São Paulo como unidade de referência para o tratamento de casos graves do coronavírus, o Hospital de Clínicas da Unicamp reforçou o pedido para que pacientes com quadros leves evitem procurar o local. A médica infectologista da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, Maria Luiza Moretti, quer evitar o pânico da população e por isso lembra quais situações podem ser consideradas suspeitas da doença.
Para isso, se baseia nas definições feitas pela Organização Mundial da Saúde e pelo ministério e diz que o viajante que tenha voltado com sintomas gripais de um país com casos confirmados não deve procurar atendimento referenciado. “O fato de ter vindo de um país europeu ou da Ásia e, ao chegar ao Brasil, tenha apresentado sintoma gripal leve, não necessariamente significa que tenha coronavírus. É preciso apresentar alguns sinais de gravidade”, detalha Moretti.
Com isso, explica quais quadros podem ir até o hospital, que conta com equipe treinada pra atender doentes infecciosos, e recomenda que os demais pacientes procurem outros locais da rede pública, como as UPAs e as unidades básicas. “Pra ele procurar o HC, é preciso ter febre alta, indisposição, cansaço e falta de ar, que caracterizam quadros mais graves. O paciente que chega com um quadro leve deve procurar profissionais da rede privada, ou da rede pública”, esclarece.
Ainda conforme a médica infectologista e professora da Unicamp, Maria Luiza Moretti, todas as pessoas atendidas nos últimos dias no Hospital de Clínicas com algum sinal ou sintoma, não preenchiam os critérios do novo coronavírus. Questionada se o protocolo de isolamento domiciliar adotado pelo ministério evita um risco maior de mortalidade, Moretti alega que a medida é recomendada principalmente aos idosos, público que mais sofre com o vírus.