Com o isolamento social imposto pelos governos como forma de enfrentamento à pandemia, o home office passou a ser uma realidade para um número grande de trabalhadores. A tecnologia e o amplo acesso à internet permitiram que muitas pessoas pudessem desempenhar suas atividades no conforto de casa. E os resultados apresentados foram muito positivos, como vem revelando empresários de vários setores. Deste modo, a pandemia acabou fortalecendo essa modalidade de prestação de serviço, que pode provocar um impacto gigantesco no mundo atual.
Isso porque através do home office, as empresas não precisariam investir tanto em estruturas físicas para seus funcionários, que ganhariam mais qualidade de vida trabalhando de casa. Isso impactaria ainda em outras áreas, como a mobilidade urbana, por exemplo, já que menos pessoas precisariam ir às ruas diariamente. Mas a modalidade também traria prejuízos em outras áreas, como o transporte público, já que o número de pessoas que dependem de ônibus para a locomoção também diminuiria, o que afetaria as receitas das empresas.
De todo modo, a pandemia mostrou que o home office funciona e que a modalidade deve ser uma alternativa, mesmo após o fim da crise de saúde, como afirmou o presidente do Santander, Sérgio Rial. “O que ficou claro: remoto é produtivo. Remoto é eficaz. São duas conclusões claras. E a grande conclusão que fica para as empresas é a desconstrução do físico. Usamos mais metros quadrados do que realmente precisamos. Seja uma loja, seja uma organização, voltar o olhar para o espaço físico vai ser uma realidade”, acredita.
O movimento é acompanhado de perto por pesquisadores das maiores universidades do país. É o caso do Grupo de Estudos de Carreira, Organizações e Pessoas da Esalq, em Piracicaba. É inegável que pandemia impactou as relações de trabalho e a tendência é que este novo horizonte apresentado pelo home office seja visto com mais atenção, como disse a coordenadora do grupo, Heliani Berlato. “Eu acredito que, com certeza, nós iremos reavaliar, reformular e olhar para essas estratégias. Aliada à pandemia, há um novo modus operandi diferente do que nós temos hoje”. No início de abril, um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas apontou que o sistema de home office cresceu 30% no Brasil. O aumento exponencial no índice é justificado pela adoção emergencial do sistema pelas empresas durante a pandemia.
