A Páscoa é o período de maior movimento no comércio de chocolates. A tradição da data faz com que o ovo seja o presente mais comum entre famílias e amigos. Mas o produto não é considerado essencial no ramo da alimentação. Por isso, a poucos dias da comemoração, as lojas específicas estão fechadas. Os comerciantes recorrem ao serviço de delivery para tentar manter a clientela. Mesmo assim, o prejuízo este ano por causa da pandemia do novo coronavírus já é certo. Fábio Ruzene, proprietário de uma fábrica de chocolate em Campinas, calcula uma perda de no mínimo 70% em relação ao ano passado.
A preparação para a Páscoa já começa com meses de antecedência. As encomendas dos ovos de chocolate já estavam feitas desde o ano passado. Como o produto já foi entregue e tem prazo de validade, a saída dos comerciantes é diminuir a margem de lucro para evitar a perda, como conta a proprietária de uma franquia no Centro de Campinas, Jacqueline Curti.
Outra preocupação dos empresários é tentar manter os empregos dos funcionários e ter recursos para pagá-los. Fábio Ruzene precisou interromper as expectativas de aumentar o quadro na fábrica e na loja própria.
Os ovos de Páscoa são produtos sazonais, ou seja, tem um período específico de comercialização. A grande quantidade disponível faz com que Jacqueline Curti tema jogar chocolate fora após a data.
Para o serviço de entrega em domicílio funcionar, os comerciantes fazem parceria com motociclistas para que o cliente receba o chocolate. Com as portas fechadas, as redes sociais, especialmente grupos de WhatsApp, são as principais ferramentas para informar aos compradores sobre o novo sistema de venda. Nos supermercados, a venda dos ovos de Páscoa segue normalmente. Segundo estimativa da Associação Paulista de Supermercados, a APAS, todos os produtos relacionados à data, incluindo os chocolates, devem ter redução de mais de 8% nas vendas no interior do Estado em relação à Páscoa de 2019.
