O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, Maurício Stainoff, quer a retomada das atividades comerciais com base nos índices de contaminação pelo novo coronavírus de cada região e município.
A possibilidade, que já era ventilada quando o ministro da Saúde era Luiz Henrique Mandetta, segue com força entre o setor por ser vista como solução para manter a economia ativa e oferecer um suposto risco reduzido de contágio.
“Tem várias regiões no Brasil e no estado onde as condições são diferentes. Não dá pra tratar do mesmo jeito a capital paulista e as cidades menores, com população pequena e sem casos de covid-19. Reabrir ajuda a economia”, afirma.
Para Stainoff, a retomada pontual em diversos locais menos afetados pela pandemia vai refletir na cadeia produtiva e evitar que as indústrias suspendam as produções e tenham que demitir por não terem para quem fornecer produtos.
O argumento também é usado para reforçar a crítica às medidas adotadas em São Paulo, estado mais afetado do País. Na visão do presidente da federação, o governo está priorizando os tributos e não a manutenção do nível de emprego.
Definindo as restrições no território paulista como “uma grave ruptura” no equilíbrio entre o grande e o pequeno varejista, ele questiona os supermercados abertos e as lojas fechadas e quer rever a estratégia de arrecadação dos estados.
“Estão pedindo mais recurso no Senado e da Câmara e a arrecadação tributária é mantida em detrimento da atividade econômica, principalmente aquela que gera emprego, que é a do varejo. É uma discussão que não é fácil”, defende.
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado alega que 600 mil pequenas empresas fecharam formalmente no surto, segundo o Sebrae, e por isso propõe uma retomada organizada para permitir condições de trabalho.