A decisão do governo de São Paulo em ampliar a quarentena até o final do mês jogou um balde de água fria nos comerciantes de Campinas. A associação comercial da cidade tinha a expectativa de que a atividade fosse retomada imediatamente, de forma gradual e seguindo as recomendações das autoridades sanitárias do estado. O governador João Doria levou em consideração alguns pontos importantes para a tomada da decisão. Um deles é o fato da baixa adesão ao isolamento social nas grandes cidades do estado, como a capital e Campinas.
Para o governo do estado, seria necessário uma taxa de adesão mínima de 50% para que se pudesse pensar em uma retomada da atividade econômica no estado, mas nesta última semana, a taxa na Grande São Paulo ficou em 47% e em Campinas, em 45%. Ao mesmo tempo, a taxa de ocupação de UTIs em todo o estado atingiu níveis preocupantes, chegando a quase 90% na capital e 70% no interior. De todo modo, os comerciantes de Campinas, que amargam um prejuízo histórico, entendiam que haviam condições para uma retomada, mesmo que lenta e gradual.
A presidente da ACIC, Adriana Flosi, lamentou que o fechamento do comércio seja mantido até o final do mês. “Estava todo mundo esperançoso que a gente pudesse estar retomando as atividades, de forma moderada. Mas mesmo assim, o estado entendeu que todas as regiões estavam no vermelho e a quarentena se estendeu”, relata. Mesmo acreditando que havia meios para a reabertura do comércio, a presidente da ACIC garantiu que as determinações do governo do estado serão atendidas em Campinas. Adriana Flosi rechaçou qualquer possibilidade de desobediência civil. “Não existe possibilidade, e nem chegamos a comentar, de desobediência civil. Se existe o decreto do governador, nós devemos cumprir”.
A decisão do governador João Doria prorrogou a quarentena em todo o estado de São Paulo até o dia 31 de maio.