O registro de acidentes domésticos envolvendo álcool aumentou consideravelmente nos últimos meses. Entre as razões, está aumento no consumo do produto, que se faz necessário para a higienização das mãos neste período de pandemia do coronavírus. O reflexo é sentido no Centro de Tratamento de Queimaduras de Campinas, que está com os 12 leitos de UTI lotados. A média de atendimentos registrada no local é de 75 pacientes por mês.
Segundo o coordenador da unidade, o cirurgião plástico Flávio Nadruz, o grande problema neste período de surto é a utilização do produto para outros fins na cozinha. Neste caso, por conta do preço alto do gás. Em Campinas, o preço médio de um botijão de 15 kg gira em torno de R$ 70 a R$ 80. De acordo com Nadruz, o álcool jamais deve ser utilizado como combustível para acender churrasqueira, esquentar mamadeira ou fazer comida.
Ainda conforme o médico, que também faz parte do núcleo técnico do Conselho Federal de Medicina, um documento foi encaminhado para o Ministério da Saúde alertando sobre o perigo do aumento no consumo do álcool 70%. A resposta da Anvisa, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, segundo ele, foi rápida e satisfatória. A portaria sobre o tema foi assinada no último mês de março e tem validade de 90 dias.
De acordo com o cirurgião plástico Flávio Nadruz, o álcool em gel também representa risco e não deve ser utilizado como combustível. O produto deve ser usado somente para a higienização, principalmente das mãos, quando não for possível a utilização de água e sabão. A recomendação é utilizar o produto em frascos pequenos para evitar acidentes.