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Descarte errado de máscaras favorece transmissão

Foto: Arquivo/CBN Campinas

O uso de máscaras pode evitar a transmissão da Covid-19 de uma pessoa para outra. Mas se as máscaras não forem descartadas de forma correta, elas podem acabar fazendo justamente o contrário, e contagiar pessoas que entrem em contato com materiais que contenham o vírus.

Segundo o Professor de Engenharia Ambiental da PUC Campinas, Rodrigo Urban, o risco de contágio pelo ar, somente por se aproximar de um material infectado, é baixo. Mas, ao entrar em contato com esses materiais, o risco aumenta. “O vírus acaba ficando no ar, a partir da secreção salivar, a partir da respiração das pessoas, pode existir, mas não tem nenhum estudo conclusivo sobre isso. Mas o risco maior de descarte irregular da máscara, por onde passa a máscara ela pode contaminar alguns objetos, se ela tiver contaminada, e quem encosta nesses objetos pode pegar. Então a gente pode pensar num risco em primeira instância dos coletores de resíduos sólidos”.

Para evitar expor coletores de lixo a esse risco, o professor explica como deve ser feito o descarte de máscaras usadas, uma vez que não é possível a implantação a curto prazo de um coleta seletiva somente para este tipo de material. “É primordial que esse resíduo seja embalado antes de descartar no saco de lixo, então, usou máscaras e luvas descartáveis, coloca em um saquinho plastico, fecha, isola ele, e aí joga em outro saco de lixo de resíduo comum, pois aí tem proteção dupla para os coletores”, explica.

O descarte irregular também pode gerar contaminação ambiental, e infectar pessoas e animais que tiverem contato com os resíduos. Segundo Urban, recentemente máscaras e luvas foram encontradas em praias no exterior. “Isso significa que eles foram descartados incorretamente, caíram em rios, e foram levados à praia pelo fluxo de água. Então podemos ter uma contaminação ambiental mais ampla, ainda não sabemos como isso se dá na água, no solo, provavelmente o risco de contaminação é menor, mas pessoas e animais que entram em contato com esses resíduos podem desenvolver a doença e também se tornarem transmissores”.

Hospitais, clínicas, postos de saúde e outros locais de atendimento médico contam com um sistema próprio de remoção de resíduos contaminados. “Pela legislação os resíduos do serviço de saúde tem de ser enviado a um local que fará a correta destinação, passando por uma etapa de desinfecção, locais que possuem um protocolo específico. Segundo levantamentos, nesse período de pandemia, os resíduos hospitalares cresceram até 4 vezes nos locais mais atingidos”.

O crescimento no descarte é consequência do aumento do uso de máscaras e outros equipamentos de proteção descartáveis por conta do coronavírus.

 

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