O comércio no distrito do Ouro Verde, em Campinas, teve redução no movimento. Diferente do panorama das primeiras semanas de pandemia, o número de estabelecimentos fechados subiu e o de pessoas nas ruas diminuiu.
Entre os trabalhadores das bancas do lado de fora do Terminal Ouro Verde, a percepção é de que a fiscalização mudou a situação, já que a maioria dos locais fechou as portas nas últimas semanas após a visita de guardas e fiscais da Setec.
Um dos comerciantes, que não quis se identificar, conversou com a reportagem. Sem máscara, ele vendia chás e temperos. Dizendo ter permissão para abrir, sentiu a queda no fluxo de clientes e estima que as perdas possam chegar a 70%.
“A Setec tem vindo e a Guarda Municipal também. Estão orientando. A Setec veio uma vez só, passou e viu quem estava aberto e quem não estava. Aí avisou quem poderia abrir. Mas no começo da pandemia estava tudo aberto sim”, afirma ele.
Entre os usuários de ônibus que entravam no terminal, a impressão é que as medidas contra o coronavírus reduziram as aglomerações fora dos horários de pico, já que de manhã e no final da tarde os coletivos continuam superlotados.
Kelvin Dênio é autônomo e trabalha na construção civil. Com máscara, se disse receoso diante do risco de contaminação pelo vírus, mas alegou não ter escolha a não ser enfrentar o transporte público diariamente para procurar trabalho.
“Não reduziu muito não, porque tem certos horários que os ônibus lotam. E aí as pessoas vão em pé e tem gente que não tem consciência e vai sem máscara. Mas eu sou autônomo e tenho que me virar com responsabilidade”, desabafa.
Dentro do terminal, poucas filas por volta das 9h. As que se formavam, respeitavam a distância recomendada de dois metros, na maioria dos casos. Enquanto isso, os ônibus municipais entravam e saíam a todo instante do local.
Em comércios de ruas próximas, avisos informavam sobre a limitação de pessoas nos espaços. Em uma loja de autopeças, por exemplo, uma funcionária fazia entregas na porta do galpão. Já em uma lotérica, a fila era espaçada.
A queda no movimento e o respeito às restrições no distrito acontecem após a flexibilização das atividades na cidade e em meio ao aumento de casos da covid-19 em locais afastados e da baixa taxa de isolamento, que não passa de 50%.