Uma vida pode ser salva a cada quatro minutos, nas próximas duas semanas, se o isolamento social for cumprido no minimo em 50% pela população. A estimativa faz parte de um estudo feito na Universidade Estadual de Campinas. Os dados usados na pesquisa, denominada Vidas Salvas, foram os divulgados oficialmente pelo governo do Estado de São Paulo. Eles mostram que entre os dias 07 e 21 de maio 3.346 vidas serão salvas se o isolamento atingir o índice indicado.
De acordo com o professor, Paulo Silva, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, a proposta do estudo foi identificar o comportamento da transmissão do vírus da Covid-19. Os dados foram coletados no período anterior e posterior a a quarentena. O resultado mostra que o isolamento é eficaz para evitar a transmissão. A experiência internacional em países que passaram por processos traumáticos como a Itália e Espanha e também pelos que adotaram medidas mais rigorosas, como a Alemanha, atesta a eficiência do isolamento social.
Porém, no Brasil os números continuam crescendo mesmo com a quarentena. Na opinião do professor Paulo Silva, o fato ocorre devido as dificuldades da população. Infelizmente, segundo ele, a pesquisa sugere que a alternativa ao isolamento social será a falência completa do sistema público de saúde. Para o professor, a pesquisa Vidas Salvas não chega a indicar uma taxa ideal de isolamento para conter a pandemia do coronavírus, mas os dados internacionais apontam que a taxa ideal é de 70%.
Em Campinas, a média registrada está bem longe desse índice e tem ficado abaixo dos 50%. No sábado que antecedeu o dia das mães, por exemplo, a taxa de isolamento social na cidade foi de 49%.
