A coleta seletiva está suspensa em Campinas desde o início da pandemia. As cooperativas estão fechadas e os condomínios tiveram que se adaptar. O problema preocupa os coletores, que reclamam de falta de perspectiva. Janaína Aparecida, por exemplo, enfrenta dificuldades sem o trabalho. Ela cobra da Prefeitura uma posição mais clara sobre o que vai acontecer.
“Tem cooperado que não conseguiu receber o auxílio do Governo Federal ainda. Estamos sem ajuda nenhuma. Você liga e pergunta e não tem informação. E a Prefeitura não faz sequer uma reunião com as cooperativas”, afirma ela.
A situação afeta também moradores e administradores de condomínios. Maria Carolina Noronha é gerente de atendimento da Galante Condomínios. Ela diz que cada local busca uma alternativa, mas ainda há muita indefinição. Com os materiais se acumulando, muitos estão fazendo o descarte comum. Outros se organizaram e recorreram aos pontos de descarte pela cidade.
“Alguns condôminos estão guardando esses lixos, lavando, separando por conta própria e levando nesses locais de descarte. Mas muitas pessoas estão jogando esses materiais recicláveis junto com o lixo orgânico”, reconhece ela.
Síndico de um condomínio, Fábio Rodacki, não sentiu a suspensão da coleta. No caso dele, um coletor autônomo recolhe e encaminha os materiais. Com isso, os recicláveis são levados a uma área autorizada regularmente.
“Ele continua coletando três vezes por semana pra levar até os locais de descarte né? Então, permanece da mesma forma e não tivemos qualquer tipo de interferência, suspensão, ou acúmulo desse tipo de material”, esclarece.
A Prefeitura foi procurada para detalhar a situação da coleta seletiva. A Pasta Municipal de Trabalho e Renda respondeu através de comunicado. A nota diz que trâmites com o Ministério Público do Trabalho são finalizados. A definição vai envolver cooperativas que atuam na Administração. Para as demais, segundo o texto, houve inclusão em programas assistenciais.
