Apesar das campanhas publicitárias anunciarem total apoio para as empresas enfrentarem os efeitos da crise pandêmica da covid-19, os maiores bancos do Brasil não promoveram cortes generalizados dos encargos. Nem mesmo a redução na taxa básica de juros da economia, a Selic, determinada pelo Comitê de Política Monetária, o Copom, incentivaram os bancos a baixar os juros na ponta. Em alguns casos, a taxa de juros chegou a subir 44%, em uma das linhas de financiamento mais acessadas pelas empresas nos últimos meses, em um dos maiores bancos do País.
A constatação faz parte de uma pesquisa conduzida pelo Capital Empreendedor, um dos maiores marketplaces de crédito do Brasil. Segundo coordenador da pesquisa, Juliano Graff, as incertezas do mercado impedem o banco em conceder o crédito aos pequenos e micro empreendedores que são os maiores afetados pela crise.
Para ele, o Governo Federal está se esforçado em baixar a taxa Selic, só que as medidas tomadas pelo Ministério da Economia para facilitar a vida financeira das empresas ficaram confusas para as instituições bancárias e complicadas para os empresários, pois o crédito é aliado a não demissão de funcionário. Diante das incertezas, os empresários preferiram não aderir, porque não sabem se conseguirão manter os empregos
O Governo Federal criou uma outra linha de crédito com garantia do risco de inadimplência aos bancos. A linha de crédito, denominada Pronamp, começou a ser oferecida recentemente, com um atraso de mais de 100 dias do início da pandemia da covid-19. Na opinião Graff, a nova linha de crédito não vai atender um número tão expressivo de empresas.
Segundo ele, os bancos ainda estão tentando se adequar para poder repassar a nova linha de crédito proposta. O crédito é muito bem estudado pelo banco e , para ter acesso, a empresa não pode ter restrições financeiras no mercado e nenhum tipo de inadimplência, o que foge da realidade da maioria das pequenas, médias e micro empresas.
