Um idoso de 76 anos está internado há três meses no Hospital de Clínicas da Unicamp aguardando a implantação de um desfibrilador cardioversor, uma evolução tecnológica do conhecido marcapasso. O equipamento monitora o ritmo cardíaco 24 horas por dia. Se o coração está batendo muito rápido ou de forma irregular, o dispositivo envia sinais elétricos para corrigir o ritmo cardíaco. Se o ritmo continuar acelerado, o desfibrilador aplica um choque para trazer o ritmo cardíaco de volta ao normal.
No caso do paciente do HC, o homem aguarda há mais de três meses internado para fazer o implante do CDI. O aparelho, que deve ser disponibilizado pelo estado, tem um custo médio estimado em R$ 50 mil, segundo Marcos Benutto, filho do idoso. Enquanto o aparelho não chega ao hospital, o drama da família vai aumentando, ainda mais agora com o aumento de casos de covid-19 nas unidades públicas de saúde. Marcos Benutto relata o desespero da família e critica a falta de ação do estado em prover o mínimo para a manutenção da vida dos pacientes. “Nós estamos já há 90 dias esperando por isso. Meu pai entrou, no período de internação no quarto em uma outra situação. Ele já emagreceu 32 kg lá dentro. Está completamente debilitado e psicologicamente arrasado. E o pior: está morrendo de medo da covid”, afirma.
Em nota, o Hospital de Clínicas da Unicamp agendou para a próxima segunda-feira, 22, a cirurgia do paciente citado pela reportagem. O paciente é acompanhado pela equipe da cardiologia, sob supervisão do grupo de Arritmias e também é assistido na enfermaria cardiológica, recebendo cuidados ininterruptos por equipes multidisciplinares.
