O segmento cultural em Campinas, que engloba museus, shows, espetáculos teatrais entre outras manifestações artísticas, continua paralisado por conta das restrições de aglomeração adotadas na cidade e em quase todo o país na tentativa de conter o novo coronavírus.
Na tentativa de amenizar a situação, a Prefeitura de Campinas lançou edital que prevê a contratação de mil artistas exclusivamente da cidade. As propostas já chegaram e estão sendo analisadas por um comitê gestor. Cada artista vai receber R$ 500,00 pelo material, que pode ser desde uma poesia escrita em um blog, passando por vídeos de contação de histórias, fotografias postadas em redes sociais e números musicais gravados especialmente para o ambiente web.
O Secretário de Cultura de Campinas, Ney Carrasco, participou de uma live dentro do projeto CBN em Casa, onde a emissora está promovendo diversos encontros online no Instagram. Ele disse saber que o valor é pequeno, mas vislumbra algo maior para o material: um registro histórico deste momento particular que o mundo vive. Para acessar a íntegra da live, clique aqui.
Uma lei emergencial aprovada no Senado para o setor cultural e que aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro, promete um auxílio maior. Serão mais de R$ 3 bilhões e cerca de R$ 21 milhões viriam para a RMC, sendo R$ 7 milhões para Campinas. Ney Carrasco tem atuado de perto junto com outros Prefeitos e Secretários de Cultura, colocando a cidade como protagonista na elaboração da lei emergencial de fomento aos artistas e espaços culturais.
Iniciativa Privada
Em paralelo a isso, agora dentro das iniciativas privadas, o principal teatro comercial de Campinas e um dos mais importantes do estado, o Teatro localizado no Shopping Iguatemi Campinas, passa por um momento delicado com muitas demissões e sem perspectiva em um futuro próximo. Cerca de 80% dos funcionários foram demitidos, de acordo com o gerente do teatro e diretor da Brain+, que administra o espaço, Douglas Nascimento.
Em outros países, a abertura de teatros já foi feita, como na Alemanha, mas preservando um distanciamento considerável entre poltronas, o que diminui bastante a quantidade de ingressos disponíveis. Campinas, em uma primeira tentativa de flexibilização, havia proposto para o Governo do Estado a abertura gradual dos espaços culturais da cidade com 30% da capacidade. O pedido foi negado pela administração de João Dória.
De acordo com Douglas Nascimento, mesmo se aprovada, essa reabertura não seria viável financeiramente nestas condições, pelo fato do teatro possuir 515 lugares, inviabilizando a operação com cerca de 150 lugares disponíveis.
Em Campinas seguem fechadas todas as 53 salas de cinema, a tradicional feira de artesanato do Centro de Convivência e todo entretenimento presencial que envolva aglomeração.
