O avanço acelerado da pandemia do coronavírus na Região Metropolitana de Campinas preocupa a classe médica, principalmente em meio a possibilidade de flexibilização das medidas de isolamento social, baseadas no anúncio da “quarentena inteligente” do governo do Estado de São Paulo
Segundo nota técnica produzida pelo Observatório PUC-Campinas, no período de 24 a 30 de maio houve um aumento de 39,47% no número de mortes provocadas pela doença em relação à semana anterior. Já os casos notificados da doença no período analisado aumentaram em 28,39%.
O aumento de circulação de pessoas nas ruas, no transporte coletivo e as aglomerações já são evidentes em cidades como Campinas. A tendência com a flexibilização, segundo o médico infectologista André Giglio Bueno, da Faculdade de Medicina da PUC Campinas, é que os índices aumentem ainda mais nas próximas semanas.
Para ele a população precisa entender que a flexibilização não significa a volta do que era normal antes da pandemia. A preocupação é ainda maior por conta da falta de leitos de UTI, pois, tanto na capital quanto nas cidades do interior, a capacidade já está esgotada ou chegando no limite. Para o médico infectologista, ainda não é o momento de flexibilização da economia, pois será muito difícil controlar a população apenas com as medidas de orientação.
De acordo com a nota técnica produzida pelo Observatório PUC-Campinas, em comparação com as demais cidades brasileiras, 12 dos 20 municípios da RMC estão entre os 50% com maior incidência da doença, com média de 65 casos a cada 100 mil habitantes.
Com o aumento da demanda regional, as taxas de ocupação em leitos de UTI ultrapassam 90% em hospitais da rede municipal de Campinas, que continua entre as sete cidades de maior taxa de crescimento da doença em casos absolutos no Estado de São Paulo.