A aprovação do novo marco do saneamento básico no Senado repercutiu na Câmara de Vereadores de Campinas e gerou debates sobre o futuro da Sanasa, responsável pelo serviço na cidade, e as próximas eleições municipais.
O assunto foi citado no início da reunião remota desta quinta-feira pelo presidente da Casa, Marcos Bernardelli, do PSDB, que lembrou que a legenda votou a favor do texto, mas disse temer os reflexos locais da regulação.
Para ele, a possibilidade da privatização da Sanasa deve ser refletida por todos os pré-candidatos ao cargo de prefeito, porque considera que a sociedade de economia mista tem boa situação financeira e não precisaria ser vendida.
“Uma coisa é a gente privatizar. Outra coisa, talvez, seja abrir o capital da empresa, mas manter o posicionamento de administração. Antes de enviar carta ao Governo Federal, aos deputados e ao Senado, precisamos discutir”, diz.
Alguns vereadores reagiram à fala de Bernardelli. Luis Yabiku, do PSB, sigla do prefeito Jonas Donizette, alegou que a Sanasa é um patrimônio da população, definição que foi apoiada por Gustavo Petta, do PCdoB, que é da oposição.
“Quero dizer que concordo com os vereadores Bernardelli e Yabiku. A Sanasa é um patrimônio e um orgulho do campineiro e evidentemente passou por gestões ruins, mas deve continuar sendo do povo da nossa cidade”, opinou ele.
Proposto para universalizar o saneamento básico até 2033, o marco abre caminho para o envolvimento da iniciativa privada na meta de levar água tratada a 34 milhões de brasileiros e coleta de esgoto a 100 milhões.
Atualmente, 6% das cidades são atendidas por empresas particulares. Em 94% dos municípios, o serviço é feito por entidades públicas. Ao todo, 65 senadores aprovaram e 13 rejeitaram. O tema suscitou debates entre os dois lados.
Para os que apoiaram, áreas como a Educação e até o Turismo serão mais desenvolvidas. Para os contrários, a aprovação deve encarecer e prejudicar o acesso à população mais pobre. O texto segue para a sanção do presidente.
