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Pandemia expõe situação caótica dos catadores

Com a pandemia do novo coronavírus, diversos serviços tiveram que parar, deixando um número grande de trabalhadores em extrema necessidade. É o caso dos catadores que atuam em Campinas. Por causa da covid-19, as 12 cooperativas de reciclagem da cidade tiveram que suspender suas atividades, deixando centenas de colaboradores a mercê da própria sorte. São quase mil pessoas que trabalham como catadoras em Campinas.

Nem 50% desse total de trabalhadores conseguiram acesso ao auxílio emergencial do Governo Federal no valor de R$ 600 e apenas 10% foram contemplados pelo Cartão Nutrir, oferecido pela prefeitura, no valor de R$ 90. Além disso, a situação das cooperativas vai se deteriorando com a inatividade. Desde a paralisação, os grupos têm sofrido com invasões e danos na estrutura dos galpões. Os locais também estão servido de despejo irregular de entulho, o que faz com que a categoria cobre uma ajuda do poder público municipal.

A jornalista Ana Carolina Haddad, a designer Amanda Borges e a estudante de engenharia ambiental Ana Ribeiro, do Mídia Ninja, ouviram duas representantes de cooperativas de Campinas. Elas relataram a situação caótica vivida pelos catadores da cidade. “Hoje a gente está com muita dificuldade perante a pandemia, porque a vigilância sanitária fechou as cooperativas. A coleta seletiva foi suspensa em Campinas. Não está tendo coleta seletiva, está tudo indo para o aterro. Paramos nossa atividade no mês de março, porque a gente sofre um grande risco”, disseram.

A professora da faculdade de engenharia civil, arquitetura e urbanismo da Unicamp, Emília Rutkovski, afirma que a situação dos catadores de Campinas é extremamente preocupante. Ela explica que além dos cooperados, há aquelas pessoas que trabalham como catadoras e que vivem em situação de rua. Segundo a professora, as dificuldades atingem os dois grupos do mesmo modo. “A situação de um grupo e de outro está bem ruim. Quase todos eles pediram a ajuda emergencial do Governo Federal. Pouquíssimos tiveram acesso a isso até agora e a única coisa que eles conseguiram até agora foi a doação de uma cesta básica, que é uma doação que é feita por outras entidades e não pela prefeitura”, explica.

O Ministério Público já recomendou há mais de um mês à prefeitura que pague uma renda emergencial a esses trabalhadores, mas o pedido ainda não foi acatado.

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