A pandemia do coronavírus literalmente interrompeu a geração de mepregos na Região Metropolitana de Campinas, segundo avaliação do observatório PUC-Campinas. A análise mostra que no primeiro bimestre do ano, a RMC havia criado quase 10 mil novos postos de trabalho. Mas a chegada de maio e a imposição da quarentena foi um duro golpe na criação de postos de trabalho. O segundo bimestre do ano fechou com um saldo negativo de pouco mais de 19 mil vagas. O estudo é baseado nos dados divulgados pelo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
Para a economista do Observatório PUC-Campinas, Eliane Rosandiski, a análise mostra que o comércio e o setor de serviços foram duramente prejudicados. “Nesses quatro meses, os seguimentos mais atingidos foram o de serviços e comércio. O que é natural numa situação de pandemia. Numa situação em que você fez uma política de isolamento social, o comércio é o primeiro a sentir, seguido pelo setor de serviços. Essas áreas respondem por grande parte dos empregos perdidos na região, seguindo por um número menor vindo da indústria”, explica.
O resultado poderia ter sido ainda pior sem a Medida Provisória 936, que permitiu a flexibilização dos contratos de trabalho em tempos de pandemia. Segundo estimativa feita no levantamento do Observatório PUC-Campinas, quase 160 mil empregos foram preservados em função dessa medida. Apesar da manutenção de alguns postos de trabalho, a MP apresenta efeitos negativos sobre a renda do trabalhador, segundo a professora Eliane Rosandiski.“A adesão à essa MP preservou uma quantidade de empregos aqui. A nossa estimativa até. É de que teria em torno de 160 mil postos de trabalho sendo preservados por essa opção das empresas”, afirma.
Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, apontam para uma queda de 16% da massa de rendimento dos ocupados, além da alta da vulnerabilidade em função do número de pessoas em situação de desalento.
