A pandemia do novo coronavírus vai representar uma queda de ao menos R$ 1,2 bilhão no orçamento já comprometido das três universidades paulistas. O montante representa 11% do que é repassado pelo Governo do Estado a USP, Unicamp e Unesp. No mês passado, o repasse não foi suficiente nem para cobrir a folha de pagamento.
As três instituições são financiadas por 9,57% do ICMS arrecadados no estado e como o consumo foi reduzido, a arrecadação diminuiu consideravelmente. A situação na Unicamp, é ainda mais complicada. Segundo o reitor e o presidente do Cruesp, Marcelo Knobel, a universidade é a unica entre as três instituições pública que tem a área da saúde atrelada ao seu orçamento. De acordo com ele, 70% custo da área da saúde é bancado pelo orçamento da universidade. Com a pandemia da covid-19, o custo registrou um aumento significativo.
Mesmo com as dificuldades o reitor da Unicamp garantiu que todos os protocolos da OMS e do Ministério da Saúde estão sendo cumpridos dentro do HC da universidade. Diante dos problemas, ele explicou que está buscando apoio do governo do estado e da sociedade, com campanha de arrecadação de fundo. Apesar dos cortes já realizados para contensão de custos, existe a perspectiva de abertura de 30 leitos de UTI com apoio do Ministério da Saúde e Governo do Estado, porém, o problema está na contratação de médicos e enfermeiros que estão em falta.
A situação segundo o reitor da Unicamp, é tão complicada que não dá para traçar um planejamento futuro de médio prazo, pois o mundo ainda não sabe como a pandemia vai evoluir. Para ele, enquanto a ciência não desenvolver um tratamento ou uma vacina, a única certeza para evitar o contágio é isolamento social. Em sua opinião, se a sociedade não adotar de forma responsável o isolamento o problema vai se prolongar por um período muito mais longo.
