O isolamento social e a necessidade de pregões virtuais facilitaram a aplicação de golpes pelo Brasil. A Associação Nacional dos Leiloeiros Judiciais afirma que nos meses da pandemia cerca de 800 leilões falsos foram registrados no país.
Somente no primeiro trimestre, antes do registro do crescimento do contágio por coronavírus em território nacional, o aumento de fraudes do tipo chegou a 70%. Mas o crime ficou ainda mais comum com a adoção do sistema remoto.
O leiloeiro público oficial Antonio Hissao Sato explica que os golpistas buscam reproduzir um leilão virtual inserindo até mesmo marcas de bancos ou órgãos públicos nas páginas forjadas, além de copiarem nomes e logotipos de leiloeiros.
Por isso ele dá dicas para evitar ser vítima dos criminosos, já que muitos sites são quase idênticos aos regulamentados. As imitações, porém, podem ser percebidas com atenção, cuidado e, principalmente, algumas checagens básicas.
“As pessoas devem se atentar para ofertas milagrosas, como carros, ou imóveis muito baratos. Geralmente, oficialmente, são oferecidos com até 50% do valor de mercado, mas eles oferecem com até 70%, ou até como venda direta”, alerta.
A leitura do edital que especifica os lotes e a identificação do nome do leiloeiro que está organizando o evento são outras recomendações obrigatórias para quem está interessado em participar de um pregão feito de maneira virtual.
Com isso, a busca pelo representante oficial do leilão deve ser feita na junta comercial do estado para avaliar se a conta na qual será depositada o valor do bem envolvido pertence àquela pessoa e se é, portanto, regular e confiável.
Em São Paulo, por exemplo, a Jucesp deve ser consultada. O órgão, inclusive, possui todos os contatos dos leiloeiros habilitados a realizar os processos no território paulista. Outra forma de fazer a checagem é através das redes sociais.
“As pessoas devem olhar o Instagram e o Facebook e verificar a periodicidade que os leiloeiros oficiais enviam informações sobre os leilões. Devem acessar também os sites dos leiloeiros, onde transmitem em tempo real os leilões”, diz.