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Prazos da vacina geram expectativas diferentes

Os testes da vacina contra a covid-19 realizados pelo estado de São Paulo em parceria com o laboratório chinês Sinovac têm gerado expectativas diferentes entre os especialistas envolvidos no processo. O diretor do Instituto Butantan, que coordena essa fase de testagem no Brasil, Dimas Covas, mantém uma visão extremamente otimista, chegando a afirmar que é possível que a vacina esteja disponível para a imunização da população ainda neste ano.

“Se esses resultados aparecerem ainda neste ano, nós podemos registrar a vacina em regime de urgência, que é extremamente necessário e a partir daí nós já teremos a vacina”, afirmou.

Porém, o infectologista responsável pela condução dos testes que serão realizados no HC da Unicamp, Francisco Aoki, o trabalho não é simples e os resultados poderão levar meses até serem comprovados. Numa visão realista do processo, ele afirma ser mais possível a vacina estar pronta no meio do ano que vem.

“Ao longo de 12 meses, deveremos fazer muitas visitas a esses sujeitos de estudos, para averiguar a imunogenicidade, a coleta de sangue, averiguar se tem efeitos colaterais, etc. Para ver se, com o tempo, a gente consegue ter essa efetividade dessa vacina”, disse.

Questionado após as declarações distintas dos dois especialistas, o presidente do departamento de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e membro da Comissão de Revisão de Calendários Vacinais, Marco Aurélio Sáfadi, disse que as previsões mais otimistas quanto ao prazo de disponibilização da vacina deveriam ser evitadas.

Segundo ele, neste momento é preciso ponderar para não criar falsas expectativas na população. “Eu acho que é prudente a gente ter uma palavra parcimoniosa neste momento, no que diz respeito às expectativas. Só para que fique claro, essa vacina que está sendo testada, está ingressando agora na fase três”, afirma.

Além da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em São Paulo, há outras pesquisas em fase adiantada, como a de Oxford, que também tem testes acontecendo no Brasil e a da Pfizer, com testagem nos Estados Unidos.

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