Funcionários demitidos por uma empresa que prestava serviços ao Poupatempo do centro de Campinas temem não receber as verbas rescisórias depois que os responsáveis pela terceirizada comunicaram não ter dinheiro no caixa.
A incerteza em plena pandemia preocupa e causa medo em duas trabalhadoras. Desempregadas e sem expectativa de recolocação em curto prazo, temem não ter como pagar contas e manter o consumo básico para sobrevivência.
Uma delas, que não quis se identificar e pediu para que a voz fosse alterada, reclama do que entende como falta de dignidade em um momento conturbado de crise financeira e sanitária e diz se sentir desamparada pela empresa.
“Em uma pandemia é desgastante ocorrer esse tipo de coisa, com demissões, principalmente por parte de uma empresa que presta serviço a outra empresa do governo. É desgastante e eu me sinto totalmente desamparada”, diz.
Jennifer Paula Moreira conta que o detalhamento da situação financeira foi feito pela prestadora de serviço logo depois do anúncio do rompimento pela Prodesp, gestora de todas as unidades do Poupatempo no estado.
Ela também teme pelos próximos meses e relata que, por enquanto, o marido conseguiu assumir as obrigações da casa. Ainda assim, se diz nervosa por não saber quando vai receber todos os valores que seriam seus por direito.
“Porque é um direito nosso. Só estamos lutando pelo que é nosso e não pelo que é deles. E exigiam tanto da gente durante o trabalho, com descontos em caso de atraso, que não faz sentido não arcar agora”, desabafa ela.
A Prodesp, responsável pelo Poupatempo, foi procurada e alegou em nota que “cumpriu rigorosamente” com as obrigações e que “compete à empresa terceirizada quitar as pendências trabalhistas de seus funcionários”.
Questionada por e-mail pela produção da rádio CBN Campinas, já que o site indicava estar fora do ar nesta quarta-feira, a empresa Esperança Serviços não respondeu sobre a situação financeira até o fechamento desta reportagem.
