O cuidado com a saúde urológica entre os homens, que já não era adequado, caiu ainda mais na pandemia. A situação fez a Sociedade Brasileira de Urologia lançar uma campanha pela prevenção e a importância do diagnóstico precoce.
O presidente da entidade, Geraldo Eduardo de Faria, lembra que, culturalmente e historicamente, o homem já tem o costume de evitar consultas. A prática reflete na expectativa de vida, que é sete anos menor do que a das mulheres.
A explicação dele é reforçada pela pesquisa feita com os associados na pandemia. Cerca de 90% perceberam redução igual ou maior que 50% nas cirurgias eletivas e 54,8% relataram diminuição de 50% nas de emergência.
“Ou seja, muitas pessoas deixaram de ser tratadas nesse período. E o que preocupa é que há patologias e doenças graves, como câncer, que podem ser complicar se não foram atendidas no momento adequado”, argumenta o doutor.
Apesar de entender a preocupação com o risco de contágio pelo coronavírus de pacientes com câncer, hiperplasia de próstata e incontinência urinária, por exemplo, Faria afirma que os problemas são igualmente perigosos à saúde.
O alerta também vale para quem não tem alguma doença ou comorbidade identificadas e preferiu não se consultar de modo preventivo por conta do surto. Segundo o médico, a melhor forma de se proteger é fazendo exames de rotina.
O apelo envolve não só homens acima dos 50 anos, faixa-etária de risco para diversas complicações urológicas, mas também para pacientes mais novos, já que as consultas permitem identificar outras situações e quadros clínicos.
“O exame de rotina é uma oportunidade que temos para identificar outros problemas. O homem vai fazer exame de próstata, mas muitas vezes sai da consulta com o diagnóstico de pressão alta, colesterol alterado, ou diabetes”, diz.
A campanha “Trato Feito” teve como pano de fundo o Dia do Homem, celebrado no último dia 15, e lançou vídeos e podcasts. O conteúdo pode ser conferido no site www.portaldaurologia.org.br e nas redes sociais, @portaldaurologia.