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Donos de chácaras sentem pandemia no bolso

Foto: Henrique Bueno

Autorizados a alugar as chácaras para no máximo 10 pessoas da mesma família, proprietários de espaços de lazer da Região Metropolitana de Campinas sentiram queda de até 90% na procura e viram o faturamento ruir na pandemia.

Além de amargar cancelamentos nas datas reservadas antes da propagação do coronavírus, muitos foram obrigados a baixar pela metade o valor que costumavam cobrar. Outros preferiram suspender as locações completamente.

Em Hortolândia, por exemplo, Vanessa de Sousa só colocou o terreno à disposição a partir do Natal, quando acredita que somente famílias vão se interessar. Até lá, porém, vai ter que conviver com os custos altos e os prejuízos.

“O cliente fala que é apenas pra um encontro familiar, mas chega na hora e é outro tipo de festa. Por isso a gente quis evitar a chance de levar multa. Então, hoje não se banca mais lá pelos aluguéis. Estamos negativos no momento”, diz.

O risco de ver a chácara em Sumaré usada para aglomerações fez Oscar recusar o interesse de muita gente nos últimos meses. Ele reduziu a diária de R$ 700 para R$ 350 e conta que o faturamento caiu de R$ 8 mil mensais para R$ 2 mil.

“A procura não caiu, não. Pelo contrário. Ela aumentou. São aquelas pessoas acostumadas com baladas e que procuram um local pra fazer festa. Mas eu não aceito a locação, não. Somente para 10 pessoas da mesma família”, justifica.

Cintia é proprietária de uma área de lazer em Valinhos. Ela afirma que deixou de oferecer o espaço entre março e junho após vários cancelamentos. A retomada, pela metade do preço, aconteceu em julho para grupos de familiares.

“As festas que eu tinha fechado para maio e junho todas cancelaram por conta das restrições. Fiquei praticamente três meses sem ganho nenhum. Então, a volta agora em julho foi para não ficar muito tempo com defasagem”, conta.

Em Campinas, a edícula com piscina de Fabiano deixou de ser alugada com frequência. O movimento, segundo ele, caiu 90% por conta do medo e da falta de dinheiro das pessoas. Para manter o local, diminuiu pela metade o valor.

“A minha locação é R$ 550, mas é um valor surreal atualmente. Aí eu faço por R$ 250 só pra manter né? Porque eu não posso ficar parado e passar fome. Quando aparece interessado, geralmente é conhecido e amigo”, relata ele.

Com a proibição de festas e eventos por tempo indeterminado, a expectativa dos donos de chácaras é pelo fim da quarentena, ou pelo menos para o afrouxamento das restrições que impedem maiores aglomerações de pessoas.

 

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