O Hospital de Clínicas da Unicamp vai iniciar os testes clínicos da vacina chinesa Sinovac Biotech, contra o coronavírus, em 500 profissionais da saúde, voluntários. A testagem é coordenada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Chinês. Os testes fornecidos pela Sinovac são da fase III. As fases I e II foram realizadas em voluntários na China, apresentando bons resultados preliminares.
Na Unicamp, os 500 participantes serão acompanhados durante um ano. De acordo com o coordenador do projeto no HC da Unicamp, o infectologista Francisco Aoki, após os primeiros seis meses, haverá uma avaliação parcial, quando poderá ser analisada a possibilidade ou não de uma produção e distribuição em grande escala.
Os voluntários vão receber duas doses do imunizante, num intervalo de 14 dias. Mediante sorteio, metade deles, vai receber a vacina e a outra metade, um placebo, que é uma substância sem efeito. A Unicamp deverá aplicar a vacina nos 500 voluntários no período de um mês. E os primeiros testes ocorrerão ainda nesta semana.
Eles serão monitorados por meio de exames para que se verifique posteriormente se quem tomou a vacina ficou de fato protegido em comparação a quem tomou o placebo. Além de Campinas, outros 12 centros de pesquisa estão realizando a testagem no Brasil, totalizando 8.870 voluntários.
De acordo com Aoki, o Brasil é um país estratégico nesta fase dos testes por ainda estar em pleno período de transmissão do novo coronavírus. Ele explica que ainda é impossível saber se a vacina seria eficaz no caso de ocorrer mutação no vírus. No entanto ele afirma que deferente da influenza, o coronavírus tem demonstrado menor capacidade de mutação.
O fornecimento da vacina pelo SUS será feito através de um acordo de transferência de tecnologia entre a Sinovac e o Butantan e irá ocorrer assim que forem comprovadas a eficácia e a segurança nesta última fase de estudos clínicos e a vacina seguir para registro da Anvisa.
