Uma parceria da Rede de Saúde Mário Gatti em Campinas com uma ONG e um laboratório farmacêutico permite que pacientes tenham contato virtual com familiares. Impedidas de receber visitas por conta dos riscos de contágio pelo coronavírus, as pessoas internadas podem agendar e fazer as chamadas de vídeo com os parentes.
O projeto é ideia do fotógrafo e fundador da ONG ImageMagica, André François, que defende que o isolamento seja mais leve para quem está nos hospitais. Para ele, o simples fato de ver os filhos, a esposa, ou os irmãos, por exemplo, pode tornar o período de internação mais fácil de lidar do que acontece normalmente.
Acostumado a trabalhar em unidades de saúde, André conta ainda que a impossibilidade de fazer visitas afeta a família do lado de fora e também os médicos. “Eu conversei com médicos e enfermeiros e soube que não é fácil ver alguém sem poder se despedir. Não é fácil para pacientes, para os parentes e para as equipes”, diz.
Presentes em ao menos 15 complexos hospitalares durante a pandemia, os membros da equipe são acompanhados por funcionários, como enfermeiros e psicólogos. Em Campinas, iniciou o trabalho em agosto e fica até 17 de setembro nas unidades de pronto-atendimento São José, Anchieta, Carlos Lourenço e Campo Grande.
A médica responsável pela Auditoria Interna da Rede Mário Gatti, Simone Bolzam, explica que a medida é necessária mesmo que as pessoas só estejam em observação. “Apesar de os pacientes não permanecerem internados, também não é permitida a visita. Com isso, oferecemos esse recurso pra quem está nas UPAs”, conta.
Além das conexões feitas, os celulares esterilizados exclusivos também são usados para a produção de fotos de crachás com as equipes em poses mais descontraídas. A ideia é permitir que o rosto da pessoa responsável pelo atendimento seja visto com mais nitidez. Na identificação, frases também motivam trabalhadores e pacientes.
