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Reação do varejo é esperada, mas crise persiste

Foto: Karen Fontes

O crescimento de 9,96% do varejo da Região Metropolitana de Campinas em junho na comparação com o mês anterior está dentro do previsto, mas a retração de 15,5% em relação ao sexto mês de 2019 prova que a crise continua.

Para o diretor da Faculdade de Economia da PUC-Campinas, Izaías de Carvalho Borges, a evolução dentro da pandemia era esperada por conta da reabertura gradual das atividades e do afrouxamento do isolamento social na quarentena.

Ainda assim, justifica que o resultado não é indício de que os reflexos negativos serão absorvidos e revertidos em breve, já que a retomada por completo vai depender diretamente das condições epidemiológicas a médio e longo prazo.

“Muitos analistas, por exemplo, colocam o risco de uma segunda onda, o que geraria uma necessidade de fazer uma quarentena até mais radical do que foi. Então, tem muita incerteza no cenário e é difícil afirmar quando recupera”, diz.

Borges é categórico ao defender que o Governo Federal demorou a reconhecer a gravidade do contágio e dos reflexos que seriam gerados na economia do País. Por esse motivo, acredita que ainda há tempo para adotar medidas de fomento.

Na opinião do professor, a crise é tão extensa e profunda que tomar decisões que estimulem o consumo, ou que ajudem o setor do varejo, são opções que podem surtir efeito e auxiliar a recuperação, mesmo no quinto mês de epidemia.

Enquanto isso, justifica que a aposta no e-commerce é uma decisão acertada por parte dos empresários e empreendedores, já que a modalidade já estava ganhando corpo em todo o Brasil antes mesmo da chegada do novo coronavírus.

“Mesmo que haja liberação das atividades, nós não sabemos como vai ser o comportamento de parte dos consumidores. Então o e-commerece é uma saída, porque já estava crescendo antes mais do que o comércio e a economia”, alega.

Os dados regionais captados pela Associação Comercial e Industrial de Campinas, a Acic, reforçam a tendência, já que o aumento foi de 35,5%. O segmento faturou R$ 74,5 milhões contra R$ 55 milhões em junho de 2019.

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