O índice de roubos de celulares voltou a subir no estado com a reabertura parcial das atividades. Os dados compilados pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado mostram a relação entre os crimes e a maior movimentação.
O levantamento indica, por exemplo, que a queda das ocorrências foi brusca nos meses de abril e maio, quando a retomada ainda não havia sido adotada. Mas em junho as ações criminosas do tipo voltaram a subir com a flexibilização.
A análise foi feita pelo pesquisador do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime, Allan de Carvalho, que constatou diminuição de 38% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019.
Segundo ele, a prática continua comum nos horários noturnos e nos lugares que costumeiramente sofrem com a falta de policiamento, como os grandes centros comerciais, as periferias, bairros industriais e outras regiões mais afastadas.
“Durante o período da noite e principalmente em regiões periféricas e desertas, esse tipo de crime continua ocorrendo em grande número. E por isso é preciso, ainda, o reforço das medidas de policiamento e segurança nesses locais”, diz.
Conforme o estudo, com base nos boletins de ocorrência e nos dados da Secretaria de Segurança Pública, foram registrados 69.628 roubos de celulares em São Paulo até junho. O primeiro mês do ano, com 14.203, foi o recordista.
Depois aparecem os índices de fevereiro, com 14.043, e março, com 12.028. A partir de abril, a queda acentuada é percebida. Foram 8.372 crimes, 55% a menos do que em 2019. Em maio, 8.047, 58% menor do que no ano anterior.
Em junho, após início da retomada gradual, 12.935 roubos foram notificados pelas autoridades. Apesar de 32% menor do que o mesmo mês de 2019, o resultado chamou a atenção por ser 60% maior do que o notado em maio.
Como os números podem ser maiores por conta da subnotificação, já que as vítimas querem evitar a burocracia e não acreditam na recuperação do aparelho, Carvalho lembra que o registro adequado é a atitude mais recomendada.
“Mesmo que o objeto não seja recuperado, o registro do boletim de ocorrência ajuda a Secretaria de Segurança Pública a rastrear os locais com os maiores números desse tipo de ocorrência e a intensificar o policiamento”, afirma.
A noite concentra 44,57% dos casos, seguida da tarde, 22,08%, manhã, 18,94% e madrugada, 14,14%. Campinas, com 1681 ocorrências em seis meses, é a quinta na lista das 10 cidades que correspondem a 76,54% do total de crimes do estado.