As lojas de trajes e roupas sociais para casamentos e outras cerimônias em Campinas ainda sofrem com a falta de movimento mesmo após a reabertura, já que sentiram a pandemia de forma dupla.
A incerteza por conta da limitação atual para a realização de eventos faz com que a clientela seja pequena, o que não garantiu ganhos após os meses seguidos de fechamento desde março.
Osvaldo da Silva é um dos comerciantes do trecho da Rua José Paulino que é conhecido por reunir estabelecimentos do segmento. Ele é categórico e diz que não há novas reservas sendo feitas.
O fluxo se resume a fregueses que remarcaram os casamentos com menos convidados. Com isso, o serviço foi reduzido em relação ao previsto antes das restrições causadas pelo novo coronavírus.
“O que nós estamos vendo são pessoas que antes haviam reservado, mas adiaram. Aí agora conseguiram remarcar, mas com bem menos gente. De 200 pra 30, por exemplo”, explica ele.
Com perdas de 90% das reservas no início da epidemia na cidade, Osvaldo teve que buscar um empréstimo e usar a MP do Governo Federal que permite o afastamento e a redução salarial.
Com isso, consegue se manter, mas não sabe quando terá um período de calmaria ao olhar para os números. Enquanto isso, vê a rua e a loja vazias, mas sem deixar de torcer por uma melhora.
“Estamos sobrevivendo por isso, pela expectativa de que o ano que vem seja positivo. Estamos acreditando em um sonho de que em 2021 as coisas aconteçam, diferente desse ano”, define.
O panorama se repete em outros espaços da José Paulino. Nos dois locais administrados por Marcos Pereira, por exemplo, a estimativa é de que 35% dos clientes conseguiram novas datas.
Sem o retorno dos que cancelaram o casamento, ele diz depender de novas reservas. O problema é que a maioria não completa o processo devido à falta de previsão para liberação das festas.
“De 60% a 65% dos clientes nem entraram em contato. Com certeza vão priorizar outras contas. E agora as pessoas até visitam e olham, mas não deixam o sinal por não haver garantias”, explica.
