Na coletiva do governo paulista desta sexta-feira, 23, o governador João Doria disse que teve garantias do presidente da Anvisa, Almirante Antonio Barra, de que a agência não vai se submeter a pressões políticas em relação a aprovação da vacina chinesa contra a covid-19, desenvolvida pelo Instituto Butantan. A afirmação foi feita ao lado do presidente do Congresso, Rodrigo Maia.
A situação ganhou contornos polêmicos nesta última semana, após o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, assinar um protocolo de intenções de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, diante de 24 governadores. No dia seguinte, o presidente da República, Jair Bolsonaro, desautorizou qualquer tipo de acordo envolvendo a compra do imunizante que é desenvolvido com chancela do governo paulista. João Doria esteve em Brasília nesta semana e se encontrou com o presidente da Anvisa, que, em suas palavras, garantiu isonomia no processo de autorização da vacina. “O corpo técnico e o presidente da Anvisa afirmaram a mim, a dois parlamentares da Câmara e a dois parlamentares do Senado Federal, que a Anvisa não vai se submeter a nenhum tipo de pressão ou orientação do Palácio do Planalto ou qualquer tipo de pressão de ordem ideológica, política, partidária ou eleitoral”, disse.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu o diálogo com o presidente Bolsonaro e acredita que todas as questões relacionadas serão resolvidas na base da diplomacia. “Eu espero que a gente consiga construir através do diálogo a solução, não apenas para o estado de São Paulo, mas para todos os brasileiros que precisam dessa vacina e das outras vacinas, como a de Oxford, que estiverem prontas e garantir proteção principalmente ao grupo de risco”, afirmou.
Segundo dados do governo paulista, são 57 vacinas contra a covid-19 em desenvolvimento no mundo. 31 delas estão na fase um de testagem. Outras 15 estão na fase dois e 11 estão na fase três, último estágio antes da aprovação. Dessas, seis já estão aprovadas para uso limitado, sendo uma delas, a CoronaVac.
