A grande oscilação dos dados sobre a covid-19 na região de Campinas não permite apontar qual é a real situação do contágio local. A conclusão é do relatório semanal do Observatório PUC-Campinas. O documento, analisado pelo infectologista da instituição André Giglio Bueno, mostra que o registro de casos e óbitos na 42ª semana epidemiológica voltou a entrar em queda após ter uma alta.
Segundo o doutor, faltam detalhamentos sobre a doença. Além disso, há um atraso de ao menos três semanas nas divulgações. Com isso, o panorama verdadeiro precisa ser avaliado com muita cautela. “Não tem essa divulgação de forma sistemática. Inclusive, pode ter divergências de critérios. Há números discrepantes em relação ao município e o que é divulgado pela pasta estadual”, afirma ele.
A variação na Região Metropolitana de Campinas foi negativa em 2,3% e 62,5% para infecções e mortes, respectivamente. Os dados das 20 cidades foram coletados entre os dias 11 e 17 de outubro. No Departamento Regional de Saúde de Campinas, que integra 42 municípios, também houve reduções. Os números de contaminações caíram 6,7%. Já o total de mortes pelo vírus recuou 52,9%.
Em Campinas, por outro lado, a tendência percebida antes foi seguida, com diminuições de 17,2% e 18,1% para infecções e óbitos. O caso da cidade, inclusive, é visto como um exemplo a ser seguido. O motivo é que as informações sobre o coronavírus são divulgados periodicamente e detalham as curvas de casos organizadas pelas datas de início dos sintomas e as taxas de ocupação dos leitos.
Até o último dia 17, o DRS-Campinas, mais abrangente, apresentava 111 mil casos e 3,5 mil mortes. A RMC contabilizava 82,5 mil infectados, dos quais 2,6 mil foram vítimas fatais da doença.
