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Para SP, suspensão de CoronaVac gera medo

Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

O diretor geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, definiu a suspensão dos testes da CoronaVac como uma decisão que gera medo, incerteza e descrédito. Já o secretário executivo do Comitê de Contingência de São Paulo, João Gabbardo, lamentou não poder detalhar todas as informações.

As afirmações foram feitas na coletiva convocada pelo Governo de São Paulo após a interrupção dos estudos do medicamento contra a covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. As doses são feitas através de uma parceria do estado com o laboratório chinês Sinovac.

Na entrevista, Dimas repetiu que o “evento adverso grave” em um voluntário considerado pela agência nacional não teve relação com a vacina, mas alegou que os dados sobre o caso são confidenciais. Ele ainda disse que não entende as motivações para colocar o estudo em descrédito.

“A troco de quê se decide suspender um estudo clínico e causar incerteza, medo e fomentar esse descrédito gratuito? Do ponto de vista clínico, é impossível que haja relacionamento desse caso com a vacina. É impossível. Mas nós não podemos dar detalhes, infelizmente”, opinou Covas.

Já o responsável pelo comitê de contingência estadual da pandemia, João Gabbardo, abriu a fala lamentando não poder divulgar à imprensa e à população quais são os motivos por trás da medida da Anvisa. Ele também justificou que considera a suspensão “injusta” e a rotula como “penalidade”.

“E eu me sinto até certo ponto muito constrangido, porque, por razões éticas, nós não podemos ser transparentes em relação ao que está acontecendo hoje. Se você tivessem acesso às informações que nós temos sobre esse caso, notariam o quão injusta está sendo essa penalidade”, reclamou ele.

O governador João Doria, do PSDB, não participou da coletiva e até agora não respondeu as afirmações do presidente Jair Bolsonaro, sem partido, em uma rede social. Ao responder um comentário no Facebook sobre a suspensão da vacina, Bolsonaro disse “mais uma que Jair ganha”.

Questionado sobre a possível politização da vacina por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o secretário estadual de Sáude, Jean Gorinchteyn, alegou que a posição oficial de Doria e dos responsáveis pelo trabalho na pandemia envolve algum “problema relacionado a informação”.

“Portanto, entendo que, como algum lapso de informações possa ter ocorrido, neste momento eu espero que esse estudo possa ser restabelecido o mais possível não só no estado de São Paulo, mas em todos os centros envolvidos, já que há uma documentação envolvida”, esclareceu o secretário.

Na coletiva do Governo do Estado de São Paulo também foi detalhado que a Anvisa foi notificada do evento adverso no voluntário da vacina no dia 06 de novembro, mas que a comunicação sobre a suspensão dos testes da pesquisa foi feita através de um e-mail na noite desta segunda, dia 09.

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