Cerca de um milhão de jovens entre 16 e 17 anos estão aptos a votar nas eleições de 2020. O número representa 5% da população nessa faixa etária. O resultado é o mais baixo em 30 anos.
Se comparado a 2016, o total de brasileiros com menos de 18 anos aptos a votar diminuiu 50%. Em Campinas, em quatro anos, a queda foi de 54,99%: de 2.933 foi para 1.320, segundo o TSE.
Na avaliação do professor doutor em Educação Histórica e autor do livro “Um Guia Prático sobre Democracia para Jovens”, Daniel Medeiros, o desinteresse é mútuo e reflete a realidade atual.
“Creio que a maior parte dos jovens não se interessa porque a política não se interessa pela maior parte dos jovens. E a maior parte das instituições e dos partidos os ouvem muito pouco”, diz.
O panorama é confirmado por João Muran, de 17 anos, que não vai votar porque se diz descrente e desconfiado em relação ao sistema político. Ele também critica a forma como o poder é ocupado.
Na opinião dele, os partidos já demonstraram que não são capazes de trazer melhorias, principalmente para os mais necessitados. Ele também desconhece o histórico de cada sigla.
“Eu não vou votar esse ano, porque tem várias coisas na política brasileira que me incomodam. Além disso, eu não tenho certeza sobre o que os candidatos podem trazer de melhoria”, afirma.
Conforme do Tribunal Superior Eleitoral, o número de eleitores de Campinas aumentou 2,6% em quatro anos. Estão aptos a votar 843.823 eleitores, ante 822.044 nas últimas eleições municipais.
