A necessidade de dinheiro para ajuste das contas do Estado de São Paulo em função da pandemia vai impactar diretamente no prato da população paulista. Isso pelo fato do governo de João Dória ter publicado recentemente alguns ajustes que implicarão no aumento da ICMS para diversos setores, dentre eles produtos de alimentação. Uma empresa de consultoria contábil apontou que alimentos como o queijo, suco de laranja, carne de boi, porco e aves, ovo, leite e iogurte terão um aumento real que varia entre 10% e 27%. Já o reajuste do salário mínimo neste ano não chegou sequer a 6%.
Em 16 de outubro de 2020 o Estado de São Paulo publicou diversas normas alterando a legislação do ICMS, com a finalidade de aumentar a arrecadação. São medidas de ajuste fiscal e equilíbrio das contas públicas, em face da pandemia do Covid-19. O professor de economia da Universidade Mckenzie, Ulisses Ruiz de Gamboa, criticou o reajuste do ICMS num período em que a população está muito penalizada pela pandemia e pela falta de emprego. Ele afirma que há décadas os governantes brasileiros adotam a mesma prática para equilibrar suas finanças, fazendo o povo a pagar mais impostos. “É um ajuste fiscal a la brasileira. Como sempre se faz no país, ou seja, aumentar impostos e não reduzir gastos. É sempre a mesma história. Não se trata só do governo do estado de São Paulo ou o Governo Federal. Historicamente é o que tem acontecido no Brasil, sei lá, nos últimos 40 ou 50 anos”, afirma.
Além da pandemia e do aumento dos impostos, a população tem que se preocupar com o desemprego, com o fim do auxílio concedido pelo governo federal e com o fim da Medida Provisória que permitia a redução de jornada e de salários dos trabalhadores.