A Promotoria de Justiça de Campinas denunciou por tortura, nesta sexta-feira, o pai do menino mantido acorrentado dentro de um barril, a madrasta do garoto de 11 anos e uma filha dela. Os três podem responder pelo crime, ocorrido em 30 de janeiro, no Jd. Itatiaia, em Campinas, caso a Justiça aceite a denúncia. Eles seguem presos preventivamente por tortura e omissão.
Em nota publicada pelo MP, a denúncia foi baseada no exame de corpo de delito que apontou no menino lesões causadas por agentes contundentes e corto-contundentes.
A ação também atribui o crime de abandono intelectual ao pai, já que ele não matriculou nem manteve o filho na escola no ano passado.
Nesta semana, o laudo da perícia feita na casa da família revelou que havia alimentos guardados no armário e em geladeiras. Havia, inclusive, água limpa para animais domésticos e uma máquina de café.
Já no tambor onde o menino estava, os peritos encontraram cascas de banana e uma colher de plástico. O laudo também indicou a presença de correntes e um cadeado fixados no barril. Aos policiais, a vítima disse que se alimentava de cascas de frutas e fubá cru. Disse, ainda, que tinha sede e fome.
O adolescente foi resgatado pela Polícia Militar após uma denúncia. A filha da madrasta do garoto estava na casa vendo televisão quando os policiais chegaram. O menino tinha mãos e pés acorrentados, estava debilitado e com sinais de desnutrição.
O garoto teve alta hospitalar no último dia 3 e está, atualmente, em um abrigo que presta o serviço de acolhimento na cidade.