A medida em que novas vacinas vão apresentando eficácia positiva, a esperança de controle da pandemia de covid-19 se renova. Agora, foi a vez da vacina Sputnik V, que teve resultados publicados pela revista médica The Lancet, uma das renomadas na ciência mundial, que foram validados por especialistas independentes. O imunizante, desenvolvido pelo laboratório Centro Gamaleya da Rússia, revelou uma eficácia de 91,6% contra as formas sintomáticas da doença. O próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, já sinalizou com a possibilidade de utilizar a vacina no país, desde que tenha a aprovação da Anvisa.
O trâmite exigido pela agência acaba gerando questionamentos num momento como esse. Segundo o médico patologista do Grupo Sabin, Alex Galoro, para a aprovação, seria necessário que parte da pesquisa de desenvolvimento do imunizante fosse desenvolvida no país. Diante do quadro imposto pela pandemia, o especialista acredita que a Anvisa deveria rever suas exigências. “Entendo que a gente possa, ainda mais nessa situação de contingência, a gente possa utilizar e valorizar essas situações, esses dados científicos. A Anvisa tem algumas restrições pelo fato de não ter sido feito um braço do estudo aqui no país. Essa é uma das exigências da agência, que precisa ser revista e rediscutida”, afirma.
Outro assunto relacionado à pandemia que tem preocupado às pessoas são o surgimento das novas variantes do coronavírus. André Galoro afirma que os testes atuais são eficazes e capazes de identificar qualquer uma das cepas do vírus. “Aqui a gente já verificou e já testou e as mutações não são nas sondas que a gente utiliza, e então os testes que a gente realiza são sensíveis as diferentes variantes”, explica. Atualmente no Brasil são usadas duas vacinas: a CoronaVac e a da AstraZeneca.