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Plataforma aponta que vidas são salvas através do distanciamento social

Foto: Flávio Botelho

Pesquisadores da Unicamp criaram uma plataforma que contabiliza o número de vidas que foram salvas no Brasil pelo distanciamento social durante a pandemia. O estudo, que estima uma morte evitada a cada 36 segundos no Brasil em decorrência da adoção do distanciamento, mostra uma nítida aceleração da pandemia da covid-19 no país após novembro de 2020. A pesquisa “Vidas salvas no Brasil pelo isolamento social” projeta, desde março, uma estimativa das mortes evitadas pela adesão ao distanciamento social. Projeta-se que só no dia 27 de janeiro, 576 vidas foram salvas pela medida de distanciamento. Para chegar a essa estimativa, é utilizada a taxa de reprodução do novo coronavírus, ou seja, para quantas pessoas um infectado transmite o vírus. Os pesquisadores alertam que esse número já esteve próximo ou abaixo de 1, mostrando uma estabilidade e até queda na evolução da pandemia, como no caso do mês de setembro de 2020.

A partir de novembro, no entanto, a taxa reprodução volta a ficar acima de 1, com especial aumento em determinadas regiões do país, como o Norte, revelando uma segunda onda da vovid-19 no Brasil. Na avaliação dos pesquisadores, com o início da vacinação contra a doença, agora é hora de encarar as medidas de bloqueio da transmissão de forma ainda mais enfática, tendo em vista que se sabe que há luz no fim do túnel. O professor do instituto de matemática, estatística e computação científica da Unicamp, Paulo Silva, é um dos responsáveis pela plataforma e disse que a análise dos números da pandemia é relativamente simples. Ele explica que, na medida em que foi havendo um relaxamento no distanciamento social, os casos de covid-19 no Brasil cresceram, atingindo em janeiro deste ano, seu maior nível desde o início da pandemia. Por que que o isolamento social ainda é essencial? A gente vê isso claramente na evolução recente da doença. A partir do momento que a gente começou a relaxar um pouco mais o isolamento social, a gente viu uma subida, que já dura meses, no número de casos. Chagando ainda a um pico superior ao pico original, visto em julho. Então a gente tem um número de doentes ativos maior agora do que a gente tinha em julho”, afirma.

No sudeste, o estudo mostra o aumento do número dos infectados ativos, ou seja, daqueles que estão com o vírus e ainda podem transmitir a doença. Esse número, atualmente, é maior que aquele registrado no primeiro pico da pandemia, em agosto. Só em janeiro no estado de São Paulo foi registrado o dobro de casos e mortes por covid-19 em relação a novembro.

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