Com os atendimentos no pronto-socorro e as cirurgias eletivas suspensos por conta da superlotação causada pela alta nos casos de covid-19, o Hospital de Clínicas da Unicamp reorganizou as equipes e tenta abrir 18 leitos de enfermaria até sexta.
O infectologista e coordenador de assistência do local, Plínio Trabasso, diz que as medidas servem para realocar e otimizar os esforços de médicos, profissionais de enfermagem e fisioterapeutas enquanto a disponibilidade de novas vagas não é possível.
“Definimos a redução parcial de 20% dos atendimentos ambulatoriais, a suspensão do atendimento de casos novos, com exceção dos oncológicos, e a dedicação de 30% da carga horária de todos os médicos para compor as equipes nas enfermarias”, diz.
Atualmente, conforme o superintendente do HC, Antônio Gonçalves de Oliveira Filho, a ocupação é de 200%, mas chegou a ser de 338%. Ao todo, 45 pacientes estão internados só na área do pronto-socorro e três pacientes intubados ainda esperam por leitos.
Como os processos de novas contratações necessárias são demorados, o hospital fez uma revisão e mobilizou toda a mão de obra para abrir 18 vagas de enfermaria. O número é considerado suficiente para dar vazão ao número de pacientes com o coronavírus.
“A nossa proposta é abrir 18 leitos de enfermaria até sexta-feira (12) e está acontecendo uma grande mobilização interna pra conseguir abrir essas vagas. E foi feita uma reunião com a universidade, que autorizou contratação para abrir mais leitos”, explica.
Questionado sobre o momento da pandemia, o coordenador de assistência, Plínio Trabasso, afirma que todas as equipes estão trabalhando além do limite. Ele prefere não falar em pico da doença, mas estima um aumento de 40% em relação à primeira onda.
“Houve um deslocamento da faixa etária para idades mais baixas e na média dos 30 anos. E também pediátricos, porque no ano passado tivemos poucos dias com mais de quatro crianças internadas. Hoje, nós temos nove. Então, mais que o dobro”, afirma.