No centro de Campinas, o fechamento do Comércio tem prejudicado todo o setor, mas em especial os negócios que dependem da presença do consumidor, com difícil gestão através de delivery. Denis Iazdi tem uma loja de componentes eletrônicos na Avenida General Osório, cuja venda depende de uma orientação técnica presencial.
Ele chegou a ter permissão de abrir durante a pandemia, mas a restrição na circulação de clientes dentro da loja e os rigorosos protocolos causaram prejuízos, que ele conseguiu administrar. No entanto, a fase emergencial o obrigou a fechar a loja e a queda no faturamento chegou a 70%. Ele precisou buscar um segundo empréstimo, sem nem ter começado a pagar o primeiro. Para Denis, o Comércio está pagando um preço desnecessariamente alto, já que, para ele, existem medidas mais inteligentes de controle da transmissão.
No caso do comerciante, Renato SouzaRock, a situação é ainda mais complicada. A loja dele, especializada em Rock, na Rua Conceição, está entre os estabelecimentos comerciais mais prejudicados com as regras do Plano São Paulo, que considera não essencial o segmento roupas e acessórios. No entanto, ele lembra que as contas e dívidas não escolhem o que é ou não essencial.
Renato pede mais bom senso na hora de definir o que pode ou não funcionar, com critérios e protocolos mais específicos para estabelecimentos mais vulneráveis, como o dele. A preocupação dele é também com o aumento da criminalidade no centro. Renato teve ainda a loja dele arrombada e roubada neste período de fechamento do Comércio.
