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PF investiga saúde de Hortolândia e mais duas cidades

Reprodução / Divulgação Polícia Federal

A Polícia Federal de São Paulo deflagrou nesta terça-feira (20) uma operação para apurar um esquema criminoso na área da saúde de 3 prefeituras do estado, dentre elas, a de Hortolândia. As outras prefeituras investigadas são as de Embu das Artes e Itapecerica da Serra, ambas na Grande São Paulo. O esquema envolveria o desvio de recursos públicos destinados ao tratamento da Covid-19, por meio da contratação de uma Organização Social específica.

A “Operação Contágio” cumpriu cinco mandados de prisão e 37 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo pelo menos um deles em Hortolândia, conforme citou o coordenador da operação, André Luiz Barbieri, em entrevista coletiva nesta terça. “Foi cumprido (mandado de busca) na casa dos Secretários de Saúde de Embu e Hortolândia”

Em Hortolândia um contrato de R$ 40 milhões é alvo da investigação, que teve início após Controladoria Geral da União (CGU) ter identificado que uma Organização Social (OS) sem capacidade técnica foi contratada pelas três cidades citadas com indícios de fraude e direcionamento. Alguns dos contratos foram firmados de forma emergencial para tratamento da covid-19, conforme detalha o Delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Marcelo de Carvalho. “Em Hortolândia a contratação ocorreu mesmo com parecer jurídico apontando irregularidades, contrariando pareceres do Tribunal de Contas, situação bastante suspeita, e mesmo assim a Prefeitura seguiu na contratação”.

A OS em questão é a Associação Metropolitana de Gestão (AMG), que controlava outras empresas que executavam o serviços, sendo que algumas das empresas foram criadas poucos meses antes da assinatura dos contratos, e não possuem experiência na área da saúde.

A OS firmou contrato com Hortolândia mesmo após uma análise profunda realizada pelo município. “Essa empresa passou por uma análise de uma comissão que tem por objetivo verificar se a OS atende os requisitos para prestar o serviço, e isso não teria sido observado, conforme apontado pela CGU. Essa organização só se cadastrou no Conselho Federal de Medicina em 2018, tendo assinado contrato em 2019, então ela não possuía especialização, expertise para gerir esse contrato de saúde”.

O proprietário dessa OS é um médico veterinário de 28 anos, recém formado, que mora em Presidente Bernardes, no interior do estado. Ele foi preso, junto de 2 médicos, e de um Guarda Municipal da cidade de Cotia, na grande São Paulo, e esposa do guarda. O casal seria responsável por realizar centenas de saques de quantias que teriam sido desviadas no esquema. O saque ocorria de forma fracionada visando burlar o controle contra lavagem de dinheiro do sistema financeiro nacional.

Além do cumprimento dos mandados, foi decretado o bloqueio de valores e imóveis dos investigados e a apreensão de veículos, incluindo carros esportivos de luxo.

*Atualizado às 13h53

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