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Aumenta número de pessoas em pobreza extrema em Campinas

Foto: Arquivo CBN

Além da crise sanitária, a pandemia agravou outro grande problema em nosso país: a extrema pobreza. Segundo dados da Secretaria de Assistência Social de Campinas, o número de pessoas nesta situação cresceu 14% na cidade desde o início da pandemia.

Em meados de 2020 eram cerca de 38 mil pessoas classificadas como em extrema pobreza em Campinas, e hoje o número está em 43 mil. Para a classificação desse grupo a pasta leva em consideração pessoas que vivem com até R$ 89 mensais. A Secretaria também contabilizou aumento no número de pessoas que entraram no grupo de baixa renda, que passou de 16 mil para 17 mil. Para esta classificação se enquadram pessoas que vivem com até R$ 178 por mês.

A Secretária de Assistência Social, Vandecleya Moro, afirma que o crescimento foi impactado pela perda de renda, em especial de pessoas que tinham ou têm trabalhos informais. “Através do cadastro único foi possível verificar o aumento de famílias em situação de extrema pobreza, isso se dá principalmente porque muitas famílias tinham rendimentos compostos pelo trabalho formal, o que foi prejudicado pela pandemia e pelas restrições que ela impôs, e tivemos também famílias que não perderam os empregos mas tiveram redução dos rendimentos”.

A Secretária afirma que, buscando reduzir o impacto da pandemia, a Prefeitura ampliou a abrangência do Cartão Nutrir de 6 para 26 mil famílias Cartão Nutrir, que recebem R$ 98,50 mensais, e que os Cras e a rede socioassistencial seguem abertos em todos os momentos da pandemia, e citou também as doações de cestas básicas da campanha Campinas Sem Fome.

Para mensurar a gravidade do momento basta verificar a situação em bairros da periferia da cidade. Robson Gondim é coordenador do Projeto Há Esperança, no Parque Oziel. Ele afirma que a ONG atendia mais de 300 crianças em duas unidades no Oziel, além de outras no Centro de Campinas, com aulas e práticas esportivas, além de atender os pais em cursos profissionalizantes.

Atualmente houve suspensão das aulas e cursos devido à pandemia, e o projeto passou a focar somente em alimentação. “A gente tem uma procura muito grande dentro da nossa comunidade porque os pais estão desempregados, o auxílio emergencial foi cortado, então a gente atende as famílias no socorro, a gente dá café da manhã, almoço e janta, sendo 100 cafés da manhã, 200 almoços e 200 jantares, também trabalhamos com entregas de cestas básicas e fraldas para mães que não tem condição”.

Ele conta que o aumento da procura faz até pessoas de outros bairros buscarem a ONG para se alimentar, mas que a entidade teve que passar a atender menos pessoas, devido à queda nas doações. “Tem gente que vem do Campo Belo, do São José, para comer aqui com a gente, pegam carona de ônibus, descem no ponto, comem com a gente, e depois vai embora de novo, então o número de pessoas que procura ajuda aumentou, só que a gente não tem condição, pois a doação diminuiu muito, o número de pessoas aumentou e a gente teve de reduzir o número de atendimento porque a gente realmente não tem condição”, lamenta.

Robson convida as pessoas a visitarem a ONG para terem a real visão da situação na periferia da cidade neste momento. “Quem quiser nos ajudar a primeira coisa que peço é, se puder, venha nos visitar, nem que seja por cinco minutos, entrar e sair, para você conhecer a realidade do que está acontecendo na periferia de Campinas”.

Para ajudar a ONG basta entrar em contato pelo Instagram do Projeto Há Esperança. São aceitas doações de dinheiro via PIX, além de alimentos e outros itens. Além do Instagram, é possível procurar a ONG pessoalmente. O endereço é Rua Central, número 36, no Parque Oziel.

Também é possível ajudar outras famílias da cidade por meio da campanha Campinas Sem Fome, organizada pela Prefeitura. Informações sobre pontos de doação e itens aceitos podem ser encontradas no endereço smpdccampinas.wixsite.com/campinassemfome .

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