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Covid impacta no atendimento e finanças da Maternidade

Foto: Reprodução/ Google Street View

A Maternidade de Campinas registrou nesta semana a primeira morte de uma gestante pela covid-19. A vítima tinha 35 anos, e estava na vigésima quarta semana de gestação. Ela faleceu na UTI da unidade na última terça-feira (11), após um mês de internação, e devido ao tempo de gestação não foi possível salvar o bebê.

Esta foi a terceira morte pela covid-19 na Maternidade desde o início da pandemia. As outras duas vítimas foram puérperas (mulheres que haviam dado a luz). Uma vítima, de 28 anos, tinha diabetes tipo 1, e faleceu em 26 de março deste ano. A outra tinha de 30 anos e faleceu em 31 de março. Segundo a Maternidade, desde o início da pandemia foram registrados 120 casos de gestantes com suspeitas de covid, com 77 confirmações, sendo que o maior volume foi em março deste ano.

A situação do atendimento na Maternidade é complicada desde o inicio da pandemia, conforme relata o Presidente da Maternidade de Campinas, Dr. Marcos Miele. “O mês passado foi o pior mês, o hospital ficou muito lotado, UTI, enfermaria e a UTI Neonatal tiveram aumento significativo dos casos. Agora o número de casos tem diminuído, a pressão sobre a necessidade de leitos diminuiu, tanto é que hoje temos somente duas puérperas internadas em UTI adulto e dois recém-nascidos internados na UTI Neonatal suspeitos, na enfermaria estamos agora com dois casos somente e a necessidade de novos leitos tem diminuído realmente”, detalha.

A situação financeira também foi agravada pela pandemia, e vários fatores contribuíram para isso. A Maternidade é uma instituição filantrópica, e por isso depende de repasses. Outra importante fonte de arrecadação se dá com as cirurgias eletivas. “Com a entrada da Covid, houve uma diminuição nas cirurgias eletivas de convênios e do próprio SUS mesmo, e isso comprometeu a estrutura financeira. Outro fato importante é que os insumos aumentaram praticamente mais de cinco vezes em relação ao ano passado”.

Com a queda nas cirurgias eletivas, que chegou a 60% se comparado com 2019, a arrecadação também diminuiu, impactando as finanças da Maternidade. “Agora para melhorar a situação financeira da Maternidade o hospital necessita de um aumento no repasse de verba pública, e estamos entrando em negociação com a Prefeitura para ver se existe o acerto financeiro, mas o município tem mantido o repasse integral por enquanto. O SUS representa 60% do movimento e das receitas do hospital, e convênios representam 40%.” Apesar disso, o Presidente da Maternidade afirma que não houve impacto no atendimento às gestantes e no número de partos.

Outro hospital da cidade com atendimento pelo SUS para partos também enfrenta problemas em relação à covid-19. O Caism, da Unicamp, está com três recém nascidos infectados com a doença, e as visitas a estes bebês foram suspensas. Segundo a direção do hospital, o Caism vem fazendo testagens COVID em todas as mães de recém nascidos internados na UTI e UCI neonatais. As mães cujos testes resultam negativo são autorizadas a realizar as visitas com finalidade de amamentação e contato pele a pele.

Ainda segundo o hospital, todas as decisões relacionadas ao enfrentamento da pandemia, no CAISM, são revistas a cada 48h por um comitê especializado. Essa revisão pode ocorrer em um prazo menor, caso necessário

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