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Maio Amarelo: mortes caem, mas indicador preocupa

Foto: Roberto Torrecilhas/Divulgação

Nesta semana, o repórter Henrique Bueno traz uma série especial de reportagens sobre o Maio Amarelo. 

Em 2020, 123 pessoas perderam a vida no trânsito de Campinas, segundo informações do Boletim Epidemiológico divulgado pela secretaria de saúde do município. Isso significa um óbito a cada três dias. A análise apontou 59 mortes em vias urbanas e 61 em rodovias que passam pela cidade. Do total de vítimas, a grande maioria é formada por homens, com idade entre 40 e 59 anos. As mortes em decorrência de acidentes de trânsito são evitáveis e por isso, as pessoas, de um modo geral, devem se conscientizar sobre a segurança. Nesse contexto foi criado o Maio Amarelo, com a proposta de chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo mundo. O que se busca é uma ação coordenada entre o poder público e a sociedade civil, ampliando as discussões sobre a segurança viária e propagando o conhecimento. Embora o número de mortes seja alto, houve redução no indicador em Campinas, segundo o apontou o Boletim Epidemiológico.

A enfermeira do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas e responsável pelo comitê de análise de óbitos por acidente, Ana Paula Crivelaro Ferreira, acredita que isso é resultado das campanhas de conscientização realizadas principalmente pelo poder público. “Em linhas gerais de números, quando a gente olha do passado para o presente, onde a gente tem uma análise mais superficial, nós notamos uma diminuição dos óbitos, quando nós analisamos 2020. E muito é por conta do incentivo que o Brasil e o município teve como uma das atitudes para se ter uma prevenção para a diminuição dos acidentes de trânsito e consequentemente os óbitos”, afirma.

Quando se fala em conscientização, devemos pensar que não se trata apenas das obrigações de motoristas e pedestres, mas sim de todos os agentes envolvidos em mobilidades. Os investimentos têm que partir de todo o lado, desde a indústria automobilística, passando pelos governos até chegar ao cidadão comum. O piloto de testes e colunista da CBN Campinas, César Urnhani, disse que isso vem acontecendo no Brasil nos últimos anos, mesmo que não seja na velocidade que deveria. Segundo ele, é visível que as mortes reduzem no país ano a ano. “Eu quero dar uma boa notícia. Sempre falamos que os acidentes de trânsito, o problema das mortes e dos feridos, mas ano a ano estamos diminuindo o número de mortos, de acidentes no trânsito. O que mostra que a indústria está fazendo a parte dela, a infraestrutura, em algumas partes, está caminhando, mas eu acho que a conscientização de muita gente tem feito a diferença”, acredita.

A acidentalidade é uma preocupação mundial e as Nações Unidas buscam alternativas para reduzir as mortes no trânsito. Em maio de 2011, a ONU lançou a primeira década de ação para segurança no trânsito, com o objetivo de reduzir os óbitos em 50%. Porém, passado esse período, o Brasil teve bom desempenho, mas não alcançou a meta do compromisso. O diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, José Aurélio Ramalho, afirmou que houve redução, mas que o índice continua muito alto. “Os números de acidentes de trânsito na última década, vem sofrendo uma queda. Não é o que gostaríamos e tampouco o que foi traçado como meta para os países signatários da ONU, da década de redução de acidentes. Mas nós conseguimos reduzir em 30% esse número. Então a gente reduziu o número de mortes nacional, para a ordem de 32 mil óbitos por ano”, disse.

A terceira Conferência Global da ONU sobre Segurança no Trânsito, realizada em fevereiro desde ano em Estocolmo, definiu os anos de 2021 a 2030 como a Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito. Novamente, a meta é a redução de, pelo menos, 50% de lesões e mortes no trânsito no mundo inteiro.

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