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Monitoramento ajuda a prever altas de internações

Foto: Arquivo/CBN Campinas

A Prefeitura de Campinas realizou na sexta-feira (21) uma apresentação virtual na Frente Nacional de Prefeitos sobre Indicadores Precoces de Monitoramento da covid-19 utilizados pela cidade, ou seja, uma análise de números que leva a prefeitura a conseguir antecipar um possível aumento de internações nos hospitais da cidade semanas antes.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os números de hospitalizações e de aumento de casos graves são indicadores tardios, uma vez medidas restritivas levam de 4 a 6 semanas para surtirem efeito. Por isso foi criado este sistema que analisa indicadores que antecipam as melhoras e pioras da pandemia na cidade, com o objetivo de mitigar impacto da covid-19 e evitar o colapso da rede hospitalar

Mas para que haja um sistema confiável é preciso que a cidade tenha domínio dos dados sobre a covid-19, conforme explicou a Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas, Andrea Von Zuben. “Mas para isso a cidade tem que estar bem organizada, com um sistema de notificação em tempo real, grande problema de uso de bancos de dados oficiais é que as vezes há atraso e isso prejudica a avalição da epidemia”.

Os Indicadores precoces de monitoramento contam com três eixos:

– Eixo 1 : Indicadores de Morbidade.

– Eixo 2 : Indicadores laboratoriais.

– Eixo 3: Indicador de hospitalização.

O eixo 1 considera a variação do número de casos de síndromes gripais e a variação do número de sintomáticos respiratórios. A pasta fica em alerta se houver aumento sustentado em 2 semanas nos indicadores, superando 100% de crescimento no período.

O eixo 2 leva em conta a variação no número de testes RT-PCR para covid-19 coletados, e também a taxa de positividade nos testes. Os resultados merecem atenção caso haja aumento sustentado na procura dos testes e também no percentual de testes com resultado positivo para covid-19.

O terceiro eixo considera a proporção de casos moderados e graves que demandam leito hospitalar, em relação ao total de síndromes respiratórias notificadas. Esses indicadores se tornam mais preocupantes caso seja registrado um aumento maior que 5% por 2 semanas consecutivas.

Segundo a Secretaria de Saúde, a análise desses dados permite que a cidade consiga antecipar novas altas de casos e internações, e com isso é possível tomar medidas para preparar a rede hospitalar, e também medidas restritivas para frear o aumento de casos. “Esses indicadores que a gente trabalhou fizeram a gente tomar decisões antecipadas, nós trabalhamos aqui em Campinas com toque de recolher muito antes do estado, com intervenção no Hospital Metropolitano, colocamos em fase mais restritiva antes de São Paulo”.

Andrea afirma que graças a isso foi possível adotar medidas restritivas que levaram Campinas a registrar uma queda nos óbitos em abril deste ano no comparativo com o mês anterior, enquanto no estado houve o movimento oposto. Ela deixa claro que essas medidas são necessárias quando há aumento nos indicadores, de forma a controlar o contágio na cidade. “As pessoas insistem para colocar mais leitos, mas não adianta, existe uma limitação de estrutura física, de recursos humanos, de insumos, então essa ideia de que ampliar os leitos vai resolver não é real”.

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