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Número de animais abandonados cresce durante a pandemia

Divulgação / Portal Animal - Prefeitura de Campinas

O número de animais abandonados vem aumentando desde o início da pandemia. Falta de disponibilidade financeira e até a morte dos donos dos animais pela covid-19 são alguns dos principais motivos disso. Segundo Ana Carolina Pimenta, presidente da ONG de proteção animal Amor de Bicho, de Campinas, o aumento nos resgates durante a pandemia chega a 50%. Ela fala sobre como é lidar com esse expressivo crescimento de abandonos de animais. “Sim, a gente sentiu um aumento gritante no número de animais abandonados após o início da pandemia, tivemos um aumento nas adoções, mas o número de animais abandonados triplicou, quadruplicou, vamos dizer. As pessoas estão desempregadas, sem dinheiro, a renda caiu e eu diria até que há abandonos gerados pelas mortes”.

Segundo ela, muitas pessoas abandonam os pets pensando que as organizações de proteção animal conseguirão dar uma boa vida aos pets resgatados, porém, ela afirma que na prática a situação é outra, e as ONGs têm enormes dificuldades para lidar com novos resgates. “Existe uma falsa ideia de que as ONGs são locais maravilhosos e mágicos que a gente tem disponibilidade para receber o seu cão ou gato quando a pessoa quer se desfazer, ou quando abandona na rua, não existe isso, a gente tem que dar nó em pingo d’água, aqui e em todas as ONGs, para a gente conseguir alocar, resgatar um cachorro, então essa falsa imagem de que é só ligar pra ONG que eles vem buscar, não é assim que funciona”, esclarece.

Segundo Ana, as casas dos protetores já estão lotadas de animais, assim como os abrigos e ONGS, e há animais em casas de voluntários, os chamados lares temporários, e também em hotéis. A protetora afirma que algumas pessoas procuram as ONGs após a morte de parentes, para doar os animais que ficam sem dono. Mas ela recomenda que os parentes adotem esses animais, pois eles já estão acostumados à vida em residências, e diz que um animal nessa situação pode até desenvolver depressão ao serem enviado a um abrigo cheio de outros animais.

Além do aumento dos abandonos, a pandemia provocou impactos financeiros em boa parte da sociedade, e com isso houve queda no número de pessoas que fazem doações para as ONGs para ajudar a cuidar dos animais. Por isso, ela faz um apelo pela castração, para evitar que o abandono de animais siga crescendo. “A gente precisa focar em castração, castração, castração, para que não haja essa procriação desenfreada que tá acontecendo dentro da própria casa das pessoas, como se fosse uma coisa muito natural, muito fácil depois encontrar donos responsáveis, e não é uma tarefa fácil, então castração em massa, a prefeitura tinha de ampliar a capacidade deles de castrar, pois as pessoas ligam e não conseguem agendar”.

Em nota, o Departamento do Bem-Estar Animal da Prefeitura de Campinas informou que realizou, na semana passada, a castração e microchipagem de mais de 500 gatos. Neste caso, o atendimento foi voltado exclusivamente para animais sob responsabilidade de protetores e ONGs de proteção animal cadastrados no Departamento. O departamento destacou ainda que há uma nova ação do tipo prevista para junho, e lembrou que a castração de animais foi suspensa pelo departamento em março de 2020, em função da pandemia.

Ainda segundo o departamento, antes da pandemia, a castração e a microchipagem de cães e gatos eram feitas no Castramóvel, ônibus adaptado que percorria os bairros da cidade para castrar animais domésticos, e o serviço realizou desde 2015 mais de 35 mil castrações e 40 mil microchipagens de cães de gatos de forma gratuita.

Interessados em adotar animais que foram abandonados podem acessar o site portalanimal.campinas.sp.gov.br .

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