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Pandemia revela aumento nos casos de violência contra a criança

Foto: Reprodução/Polícia Militar

Assim como mulheres são vítimas de agressão dentro de casa, as crianças também sofrem com os abusos físicos e psicológicos nos locais onde vivem. Com a quarentena e a suspensão das aulas presenciais, elas passam mais tempo em casa e com isso, estão ainda mais expostas a casos de violência. A pandemia expõe uma realidade cruel, onde vítimas estão sofrendo com a maior aproximação de pessoas de seu convívio que têm perfil violento. Os casos envolvendo crianças cresceram no último ano em Campinas. E alguns deles são muito chocantes.

No final de janeiro deste ano, a polícia resgatou um menino de 11 anos que havia ficado acorrentado por um mês dentro de um barril, no bairro Jardim Itatiaia. O autor das agressões era o próprio pai. Em fevereiro, a Guarda Municipal de Campinas atendeu uma denúncia de maus-tratos em um conjunto habitacional no Jardim Santa Cruz. No imóvel a GM encontrou cinco menores que sofriam maus tratos pela mãe, que é usuária de drogas. As vítimas eram crianças com idade entre um e nove anos.

Para que casos como esses não se repitam, é necessário que se faça denúncias, quando houver qualquer sinal de maus tratos, por mais insignificantes que sejam. A secretária de assistência social, pessoa com deficiência e direitos humanos de Campinas, Vandecleya Moro, disse que este é o único modo da sociedade agir de forma eficiente para preservar vidas de crianças em situação de vulnerabilidade. “O papel fundamental é o da denúncia. Tem que denunciar. Seja direto no Conselho Tutelar, seja no disque 100. Tem que denunciar, seja na polícia ou na guarda. Suspeitou, denuncia. Porque é papel do conselho ir até o local e verificar se há ou não a violência mesmo. Então teve a suspeita, faz a denúncia. Nós temos que prevenir qualquer tipo de violência. A denúncia é onde a sociedade pode contribuir de forma eficientes mesmo”, garante.

A psicóloga e pedagoga, docente da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas, Rita Khater, explica que existem outras formas de violência, que não física, mas que impactam a vida das crianças. Muito disso, segundo ela, passa pelo comportamento dos pais. “Uma forma indireta de violência, é aquela em que a criança assiste o pai e a mãe, com modelos de violência e com modelos de agressão. Como quando o pai espanca a mãe ou quando a briga tem ofensas graves, a própria forma como o pai e a mãe se tratam, são padrões de violência que vão entrando nessa criança como naturais”, explica.

Além dos casos de violência física e psicológica, a violência sexual contra crianças e adolescentes também cresceu durante a pandemia. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foram 39 casos de estupro de vulnerável entre janeiro e março deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 28 casos registrados.

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